Abri as portadas e cheirava a dor. Conseguia ouvir o leve choro das lágrimas por conter e relembrar as mãos ocupadas: uma a tapar a boca e outra a segurar o coração. Fora há quase um ano que ali estivera, um sítio que prometia dias melhores, uma solução para uma cabeça a rebentar de movimentos vai-vém de pensamentos.
Por muita curiosidade que tivesse em olhar aquele espaço, preferi ficar-me pela curiosidade. Depois de todo aquele tempo, continua a ser tudo demasiado recente e a imagem daquela noite não me abandonava.
Talvez existissem mais carros por ali, mais vidas descompassadas. Podia chegar a ver uma folha da encosta a ser debicada enquanto a noite quente era adocicada por luzes naturais. O meu azar continuaria ali, amarrado a uma pergunta que recordo de entre as horas amargas que assistiram um sorriso perante um rosto molhado. Um sorriso, um verdadeiro sorriso daqueles que pintam de verde o segundo em que o inesperado se ergue. A interrogação vinha mascarada de um “se” que não reconheci. Ao invés, considerei-a o laço de cetim dourado. Eu cega, eu apaixonada, eu comovida, eu anciosa, eu dorida. Dorida, verdadeiramente. Seria uma sombra, a mancha daquela noite de Verão.
Estive perto de pôr lá o pé e tive uma voz a encorajar-me a fazê-lo. Para quê? Para me ver sentada no chão, encostada ao que havia de vir? Prefiro ficar-me por onde a auto-corrosão não pode encontrar-me.
Ainda assim, não deixei de me imaginar lá novamente. Vi-me de pé a agarrar o que ainda tenho, de punhos cerrados. Previ-me sentada no mesmo sítio onde a luz quase se acendeu, distante no tempo. O que realmente acabei por fazer foi comparar o que sei e o que sabia, nada aliviada por ter descoberto o que faltava. Pensaria que sim! Porque não acreditar que a angústia do desconhecido é a maior? É sentir-se em cima do que não se sabe que existe, ter desalinhados os eixos que se devem ter certos.
Dei a melhor resposta. À pergunta, refiro-me. Nem sequer questiono isso. Se no mundo do papel não existem borrachas milagrosas, quanto mais no nosso! A feridas abertas recomenda-se um composto que bebe da discussão, da compreensão, do tempo e da mudança. Não me venham com caminhadas de passadas fortes por cima dos problemas.
Por muita curiosidade que tivesse em olhar aquele espaço, preferi ficar-me pela curiosidade. Depois de todo aquele tempo, continua a ser tudo demasiado recente e a imagem daquela noite não me abandonava.
Talvez existissem mais carros por ali, mais vidas descompassadas. Podia chegar a ver uma folha da encosta a ser debicada enquanto a noite quente era adocicada por luzes naturais. O meu azar continuaria ali, amarrado a uma pergunta que recordo de entre as horas amargas que assistiram um sorriso perante um rosto molhado. Um sorriso, um verdadeiro sorriso daqueles que pintam de verde o segundo em que o inesperado se ergue. A interrogação vinha mascarada de um “se” que não reconheci. Ao invés, considerei-a o laço de cetim dourado. Eu cega, eu apaixonada, eu comovida, eu anciosa, eu dorida. Dorida, verdadeiramente. Seria uma sombra, a mancha daquela noite de Verão.
Estive perto de pôr lá o pé e tive uma voz a encorajar-me a fazê-lo. Para quê? Para me ver sentada no chão, encostada ao que havia de vir? Prefiro ficar-me por onde a auto-corrosão não pode encontrar-me.
Ainda assim, não deixei de me imaginar lá novamente. Vi-me de pé a agarrar o que ainda tenho, de punhos cerrados. Previ-me sentada no mesmo sítio onde a luz quase se acendeu, distante no tempo. O que realmente acabei por fazer foi comparar o que sei e o que sabia, nada aliviada por ter descoberto o que faltava. Pensaria que sim! Porque não acreditar que a angústia do desconhecido é a maior? É sentir-se em cima do que não se sabe que existe, ter desalinhados os eixos que se devem ter certos.
Dei a melhor resposta. À pergunta, refiro-me. Nem sequer questiono isso. Se no mundo do papel não existem borrachas milagrosas, quanto mais no nosso! A feridas abertas recomenda-se um composto que bebe da discussão, da compreensão, do tempo e da mudança. Não me venham com caminhadas de passadas fortes por cima dos problemas.