quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um novo rumo.

E foi hoje que ficou definido que vou tomar um novo rumo. Já não há volta a dar.



Greg Laswell - Girls Just Want To Have Fun

(esta versão é maravilhosa!)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

09.09.2009

Foi subindo tremendo e balouçando, hesitando na sua própria vontade. Parou e esperou.
Volta a caminhar, afinal precisa de ir até lá. Deixa a parede para trás, segue em frente, vira à direita. Vê múltiplas caras e reconhece a que procura. Toma a sua direcção. Olha-lhe nos olhos. Diz "olá". Pega no envelope, agradece com uma palavra, salta-lhe o coração e deseja um fim de boa tarde.

Não me admira nada vê-la assim. Observei-a ao longo do dia, mais atentamente quando teve a certeza de que seria aquela a tarde. Parecia normal, aliás como ultimamente costuma parecer [aos olhos dos outros].
Reparei que andou calmamente até lá, não fossem os saltos ser culpados em vez da ansiedade. É, habitualmente, fácil encontrá-la distraída com o mundo lá fora, mas hoje estava simplesmente alheada de tudo.


Pearl Jam- Black

domingo, 13 de setembro de 2009

"You turned my world upside down"

Estava a passar o ouvido por algumas músicas... De repente salta-me aos olhos o título "Layla".
A recordação foi imediata. Houve um dia, há vários meses, em que quiseste que eu a ouvisse. Lembras-te?
O dia tinha sido terrível. Qundo a ouvi entendi como se aplicava exactamente a nós.




Eric Clapton - Layla

What will you do when you get lonely
and nobody's waiting by your side?
You've been running and hiding much too long
You know it's just your foolish pride

Layla.
You've got me on my knees, Layla.
I'm begging darling please, Layla.
Darling, won't you ease my worried mind

Tried to give you consolation.
When your old man, had let you down.
But like a fool, I fell in love with you.
You turned my whole world upside down.

Make the best of the situation
Before I finally go insane
Please don't say we'll never find a way
Or tell me all my love's in vain

sábado, 12 de setembro de 2009

06.09.2009

As palavras vão assentando no seu lugar à medida que o bloco treme, isto à custa do movimento da viagem em que me encontro.
Como é habitual, procurei um lugar à luz de uma janela. Porém, a claridade já não espreita neste canto tão a ocidental. Já é noite, bastante escura para a estação que ainda não terminou. Mesmo assim, continuo a preferir a segurança da existência de um mundo lá fora aos limites que outros lugares impõem.
A vista não se apresenta nítida por estas horas e obriga-me a outra concentração.
De braço dado com a minha constante curiosidade pela vida que segue lá fora surgem, nada inesperadamente, correntes e torrentes de perguntas condutoras das emoções que me preenchem. Esfusiantes, torrenciais, efusivas e explosivas, mistas, dignas de louvos de Whitman ou de um Campos febril. Conheço-as, na sua maioria, e tanto me preenchem de uma nostalgia agreste e reconfortante, como logo a seguir me obrigam, amargas, a um estado de abulia.
É do alto do meu - finalmente! - discernimento que escrevo. Os quilómetros que estou a percorrer foram decididos em pouco mais de meia hora, num impulso, e são o espelho da solução que procuro para o fim do meu estado letárgico. Os últimos meses actuaram em mim tal qual uma doença auto-imune faria. Como «adulta» que estou a tornar-me tenho atada a mim a responsabilidade de optar por atitudes que me tragam a felicidade e tudo o que é melhor para mim.
Teoricamente, tenho 13 dias para me refugiar na indecisão em que me movo e aprendi a mover. A bem dizer, reconheço que quanto menos dias demorar, melhor será para mim.
Se me posicionar correctamente no que conheço como o meu espaço, não há praticamente nada que agora me prenda aqui. Se o que farei "longe" pode esperar um ano, o que vou idealizar precisa de ser "já". Por mim.
E é assim, à luz dos próximos 2 dias, que vou construir o meu caminho.
Para já, vou admirar os apontamentos de luz que ora se escondem atrás das árvores negras como o carvão, ora se multiplicam, esplenderosos, entre a escuridão total da noite.

sábado, 5 de setembro de 2009

"One for the Road"

2
II
Dois
D-o-i-s


Dia 5. Faz precisamente hoje dois meses.
Estava a escrever um comentário e surpreendi-me com a quantidade de vezes que utilizei a palavra «tempo».
Como estava a escrever, a maior parte de nós insiste em dizer que o tempo é uma preciosa ajuda no que toca a ultrapassar aqueles momentos em que nos sentimos realmente em baixo...

Eu deixo-me sofrer durante um longo período, para não me deixar cair novamente. Alguém que conheci à pouco disse-me qualquer coisa como ser estranha a forma como eu uso o sofrimento como forma de terapia. Admito que possa ser "perigoso", principalmente porque não sou uma pessoa tão forte como aparento e demoro algum tempo a dar a contornar as situações.
Contudo, penso ser essa a minha melhor maneira de defesa. A minha atitude já mudou e só precisei de tempo.
Há um tempo para tudo: para se ser ingénuo, para errar, para sofrer, para crescer, para se ser feliz...
Todo o conjunto se resume em sucessivas etapas que, a seu tempo, são ultrapassadas!
Acho que a mim só me falta uma, ou duas! Mas as outras? Já passaram! :)


A propósito de «tempo» lembrei-me de uma cena de um episódio da série ER, em que se fala disto mesmo. Aqui fica a cena a que me refiro:



[1:20]min até [3:51]min

Il y a un temps pour tout.
Un temps pour toutes les choses sous le ciel.
Un temps pour être et un temps pour mourir.
Un temps pour rire et un temps pour pleurer.
Un temps pour danser et un temps pour souffrir.
*


(Todas as cenas que aparecem no vídeo pertencem ao episódio 1 da 11ª temporada da série)


*
Há um tempo para tudo.
Um tempo para todas as coisas debaixo do céu.
Um tempo para viver e um tempo para morrer.
Um tempo para rir e um tempo para chorar.
Um tempo para dançar e um tempo para sofrer.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Não há qualquer virar de costas.

Doubt keep us waiting. It fills up our mind and bring us nothing but hard times.You see all your chances of happiness sold out.
Hope it starts fading. Then it explodes when you least expect it, when you don't want it, when you were running far away from it.
All you need is hold on to the ones who care about you all the time. Those are the ones who deserve your tears, pain or regret.


Lembro-me de ter escrito isto. Mas a minha esperança não tem voltado a explodir nem pode voltar nunca mais!
Durante os duros tempos em que continuamos à espera deparamo-nos com o dia em que percebemos que não vale a pena e que não haverá qualquer esforço que resulte.
Todos temos arrependimentos, todos sentimos culpa por algo. Há os que tentam corrigir os erros que lhes causam tais sentimentos e há os que escolhem não o fazer. Eu corrigi. Não me posso lamentar por nada que não tivesse feito nem querer atribuir-me mais culpa do que a real.
Até certo ponto mereceu tudo e mais ainda. Até me ter ocultado o que eu não quis ver.
O meu amor foi tanto, tanto, tanto. Não mostrar toda a sua grandiosidade mais cedo talvez me tenha prejudicado mas havia tanta coisa. Não conseguia atravessar as linhas com as quais uma anterior pessoa me tinha prendido e ferido. Tinha medo de as atravessar, de me voltar a dar demasiado a alguém, de me mostrar tão apaixonada quanto realmente estava. Era um medo de voltar a deixar que se aproveitassem de todo o meu amor para me atingir, para me passarem por cima e me magoarem de novo.
Não deixar transparecer a imensidão do que sentia funcionava como um auto-controlo ou uma protecção, chamem-lhe o que acharem melhor. Resguardava-me. Se algo acontecesse eu não seria tão atingida como era de esperar.
Mas fui. Não me revelei enquanto devia, apenas depois. Revelei-me apenas no fim, quando a insolvência das coisas se tornou brutal. E assim, perdi a pessoa que mais me importava.
Não posso voltar a errar: aprendi que posso perder quer revele todo o meu amor ou não. Assim, mais vale expô-lo e dar-me para me fazer a mim e ao meu alguém feliz.

Chego a pensar que talvez nos tenhamos cruzado no momento errado. O que tivémos estava certo, valeu cada minuto de sofrimento que tive que passar e cada barreira que precisei transpor [mas nem todas tiveram tempo de ser tanspostas]. Talvez um dia se entenda que tudo podia ter acontecido num momento melhor, agora que hoje, pela primeira vez, admita que estou "curada" daquilo que uma pessoa me fez passar no passado e que não tenho os receios que tinha. Talvez aí sim as coisas aconteçam como deveriam ter acontecido.
Sim, porque não há nada que eu queira criticar acerca do tempo em que estivémos juntos, antes e durante a nossa relação. As atitudes posteriores têm uma avaliação minha um tanto diferente, mas talvez haja razões para o que aconteceu e acontece. Sei lá. Eu também tinha razões para os meus limites e reservas e nunca fui capaz de abrir a boca e explicá-los concretamente. Talvez haja uma razão para ele não querer explicar todos os assuntos de que nos últimos tempos fugiu. Talvez sim, talvez não. Talvez um dia se arrependa. Talvez pensasse de outra forma e ma dissesse se tivesse oportunidade de ler isto. Talvez se sentisse com vontade de explicar qualquer coisa que tenha ficado para trás. Talvez lhe apetecesse dizer um "olá". Talvez quisesse tentar uma amizade. Talvez houvesse outra hipótese diferente de um adeus definitivo. Talvez quisesse pedir desculpa por alguma coisa. Talvez gostasse de uma conversa amigável. Ou talvez lhe seja tarde de mais para o que quer que seja.

Aconteça o que acontecer eu nunca viro as costas a ninguém, digo-o a tanta gente. Há alturas em que preciso de tempo para digerir as coisas e só aí me sinto disposta a falar. Se precisar de mais tempo eu própria o digo e depois tomo a iniciativa. Pareço-me incapaz de dizer um adeus definitivo a alguém.

Não me quero martirizar mais.

Todos aqueles meses... foi realmente bom enquanto durou!



John Frusciante (RHCP)- How Deep Is Your Love


How deep is your love?