sábado, 30 de janeiro de 2010
Se alguém perguntar por mim, digam que fui até lá!
About:
ir reviver
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Obrigada buddy !
Seria por isto que ele a poria num qualquer Sobre mim:
...
"She's nothing like a girl you've ever seen before
Nothing you can compare to your neighborhood hoe
I'm trying to find the words to describe this girl
Without being disrespectful"
...
David Guetta ft Akon - Sexy Bitch
...
"She's nothing like a girl you've ever seen before
Nothing you can compare to your neighborhood hoe
I'm trying to find the words to describe this girl
Without being disrespectful"
...
David Guetta ft Akon - Sexy Bitch
About:
amizade David Guetta Akon
De mim para ti
Para ela, com todo o amor e carinho que lhe tenho.
Ela estava comigo com um bocadinho do seu lado esquerdo aos pulos.
Eu também sei como é: quando um não sei quê que não se deseja finta a razão das coisas e inverte a sua ordem para parecer plausível que seja o fogo a apagar a água. Rouba-lhes o sentido, como a noite rouba o sol ao dia.
A insanidade dessas situações corta-me a palavra e deixa-me, mais do que incrédula, muda. Absorta em conjecturas sobre o que hipoteticamente nem chega a ser.
Crio-lhe justificações que até chego a pensar lembrarem a todos menos à realidade.
Mais do que gostar, queria estar com ela todos os dias. Dar-lhe a mão, o ombro, o colo. Segurança. Devolver-lhe o sorriso fácil que fazia questão de aparecer entre nós e os outros, às vezes só porque sim.
Hoje senti-me a mais fraca das duas. Por não ser capaz de impedir que se rendesse ao que a magoa. Fiquei mais perdida do que ela e esperei que fosse embora para lhe poder esconder os meus olhos húmidos.
Ainda me é impossível compreender o porquê de a melhor coisinha do mundo conseguir ser a que mais fere. Não da noite para o dia que essa mudança é relativamente gradual. Do branco para o preto.
Se eu pudesse transcrever a história mas mudar-lhe o sentido!...
Desculpa ainda não ter conseguido criar uma forma de virar o teu mundo ao contrário. Mas prometo que não vou desistir!
Com o mais forte dos abraços que existem, Joana. A de sempre.
Ela estava comigo com um bocadinho do seu lado esquerdo aos pulos.
Eu também sei como é: quando um não sei quê que não se deseja finta a razão das coisas e inverte a sua ordem para parecer plausível que seja o fogo a apagar a água. Rouba-lhes o sentido, como a noite rouba o sol ao dia.
A insanidade dessas situações corta-me a palavra e deixa-me, mais do que incrédula, muda. Absorta em conjecturas sobre o que hipoteticamente nem chega a ser.
Crio-lhe justificações que até chego a pensar lembrarem a todos menos à realidade.
Mais do que gostar, queria estar com ela todos os dias. Dar-lhe a mão, o ombro, o colo. Segurança. Devolver-lhe o sorriso fácil que fazia questão de aparecer entre nós e os outros, às vezes só porque sim.
Hoje senti-me a mais fraca das duas. Por não ser capaz de impedir que se rendesse ao que a magoa. Fiquei mais perdida do que ela e esperei que fosse embora para lhe poder esconder os meus olhos húmidos.
Ainda me é impossível compreender o porquê de a melhor coisinha do mundo conseguir ser a que mais fere. Não da noite para o dia que essa mudança é relativamente gradual. Do branco para o preto.
Se eu pudesse transcrever a história mas mudar-lhe o sentido!...
Desculpa ainda não ter conseguido criar uma forma de virar o teu mundo ao contrário. Mas prometo que não vou desistir!
Com o mais forte dos abraços que existem, Joana. A de sempre.
About:
amizade
Sim, gostava.
Vê-me.
Vê-me!
Vê-me como mais ninguém sabe ver.
Nouvelle Vague - Ever Fallen In Love
Vê-me!
Vê-me como mais ninguém sabe ver.
Nouvelle Vague - Ever Fallen In Love
About:
nouvelle vague see me
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
É isto.
Lembro-me da altura em que aprendi tudo sobre a época dos Descobrimentos. Era a única coisa que me prendia a atenção naquelas aulas intermináveis de História, por ser precisamente o fascínio de descobrir o desconhecido aquilo que mais me entusiasmava.
Penso que todos se lembram da ideia antiga que se tinha do mundo! Secalhar tinha razão aquele que pensava que o mundo é quadrado.
Não me apercebi que, como esses que andavam sobre o mar e descobriram que o mundo era afinal redondo, navegava por águas em que por vezes as correntes são rápidas, demasiado rápidas.
A corrente levou-me, sem «para» nem «porquê» para o nada. Para onde parece que o mundo é inusitado e suspenso, mas findo. Em que a curva, já de si inesperada, vai culminando de forma absurda numa linha recta sem mais do que o desinteresse que a caracteriza.
Secalhar a viagem foi curta, mas talvez curta tenha sido o suficiente.
Penso que todos se lembram da ideia antiga que se tinha do mundo! Secalhar tinha razão aquele que pensava que o mundo é quadrado.
Não me apercebi que, como esses que andavam sobre o mar e descobriram que o mundo era afinal redondo, navegava por águas em que por vezes as correntes são rápidas, demasiado rápidas.
A corrente levou-me, sem «para» nem «porquê» para o nada. Para onde parece que o mundo é inusitado e suspenso, mas findo. Em que a curva, já de si inesperada, vai culminando de forma absurda numa linha recta sem mais do que o desinteresse que a caracteriza.
Secalhar a viagem foi curta, mas talvez curta tenha sido o suficiente.
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fim
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Ao sabor de quê?
Está tudo claro, estou a olhar ali para fora! Vejo um azul claríssimo, um branco que ganhou a textura do algodão, vejo... aquilo parece ser um barco. Um barquito com gente lá dentro ao sabor da corrente que me dá inveja.
Devem estar a gozar a luminosidade do dia, a graciocidade com que o sol toca ao de leve na água com os seus dedos mais compridos: a faze-la brilhar, mais bela e mais clara, a dançar com uma maior calma do que na realidade tem. O sol abraça-a, envolvente, com todo o seu calor. Não lhe deixa margem para fugir, não lhe permite qualquer fuga porque a atinge com o que a fragiliza, mas com a maior das subtilezas. Uma fragilidade perigosa, se repararmos na inocência da sua quase transparência.
Eu movo-me na minha corrente, na tua corrente... para onde me levares!
Devem estar a gozar a luminosidade do dia, a graciocidade com que o sol toca ao de leve na água com os seus dedos mais compridos: a faze-la brilhar, mais bela e mais clara, a dançar com uma maior calma do que na realidade tem. O sol abraça-a, envolvente, com todo o seu calor. Não lhe deixa margem para fugir, não lhe permite qualquer fuga porque a atinge com o que a fragiliza, mas com a maior das subtilezas. Uma fragilidade perigosa, se repararmos na inocência da sua quase transparência.
Eu movo-me na minha corrente, na tua corrente... para onde me levares!
About:
ao sabor de
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
For sure!
Um dia vai ser possivel.
Peggy Sue & The Pirates - Phone Song
Peggy Sue & The Pirates - Phone Song
About:
um dia peggy sue the pirates
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
She does!
Frank Sinatra and Ella Fitzgerald - The Lady Is a Tramp
She likes the free, fresh wind in her hair
Life without care
cliché?
"i love that you get cold when it's seventy-one degrees out. i love that it takes you an hour and a half to order a sandwich. i love that you get a little crinkle above your nose when you're lookin' at me like i'm nuts. i love that after i spend the day with you, i can still smell your perfume on my clothes. and i love ...that you are the last person i want to talk to before i go to sleep at night. and it's not because i'm lonely. and it's not because it's new year's eve. i came here tonight because when you realize you want to spend the rest of your life with somebody, you want the rest of your life to start as soon as possible."
Já não sei o que é estar a transbordar de felicidade por amar alguém! Não é nenhum crime, mas às vezes faz falta!
O vídeo? Um cliché! Mas esta coisa do amor é tão maior que esse lugar-comum que lhe é associado... O que interessa o cliché quando nos sentimos a maior coisinha do mundo por podermos dizer ao sol, à música, ao chocolate, à brisa e ao mar que não são eles a maior razão para estarmos assim? Felizes?
(P.S. - I love Meg!)
Já não sei o que é estar a transbordar de felicidade por amar alguém! Não é nenhum crime, mas às vezes faz falta!
O vídeo? Um cliché! Mas esta coisa do amor é tão maior que esse lugar-comum que lhe é associado... O que interessa o cliché quando nos sentimos a maior coisinha do mundo por podermos dizer ao sol, à música, ao chocolate, à brisa e ao mar que não são eles a maior razão para estarmos assim? Felizes?
(P.S. - I love Meg!)
About:
amor
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Ir (:
Fiz as malas pela última vez, a última antes de mais um regresso temporário.
Desta vez foi melhor por saber que vou poder ficar!
Descansar, aproveitar,... ai pela primeira vez desde à muito tempo não vou ter nada para fazer! Sabe tão bem!
Eric Clapton - Cocaine
Desta vez foi melhor por saber que vou poder ficar!
Descansar, aproveitar,... ai pela primeira vez desde à muito tempo não vou ter nada para fazer! Sabe tão bem!
Eric Clapton - Cocaine
About:
ir eric clapton
Tempo, time, temps
Dlim, dlom, dlim, dlom….
Tic, tac, tic, tac….
1, 2, 3, 4…
Sentada, vejo o tempo. Vejo o escorregar de cada segundo, o deslizar da vida…
A entrar pela fresta da janela já fui capaz de vislumbrar um homem alegre, de ânimo leve…
Hoje, a entrar pela fresta dessa mesma janela olho o homem que se fez senhor. É velho e parece-me angustiado…
O silêncio.
De repente, toda a minha mente é preenchida por medo. Compreendi, compreendi o porquê da sua angústia e a mensagem que me vinha transmitir.
- NÃO!
Ele veio fazer contas, contas à vida. À minha vida.
Ele não sabia. Não sabia da luta que eu travava, não sabia dos planos que eu tinha, não sabia do medo que me atormentava.
O mundo não fazia sentido e eu via o senhor a fugir pela janela. Estava a ver a fuga de cada segundo, o afastar da vida…
Nunca ninguém me disse que a partir do momento em que o relógio começa a sua corrida todos querem o mesmo: que ela não termine.
Tenho medo, muito medo.
Parada no tempo, estava no meio de uma sala que de tão vazia e silenciosa que era se tornou naquele momento insuportável. O silêncio, quanto mais inaudível era, mais ensurdecedor se tornava. O espaço, quanto mais de si me dava, menos de si eu queria.
Perdi tempo o tempo todo!
Hoje, todos viviam menos eu. Cansada de estar acordada eu já não vivia, sobrevivia.
Ali, sou mais um rosto que vê passar a vida através de sombras que atravessam paredes surrateira e devastadoramente. Ali, não estou pronta a fazer relatos de uma vida que não vivi.
De sobrevivente, já passei a resistente.
Desprezei o presente, vivi o passado, desejei o imperfeito, sobrevalorizei o condicional, sonhei o pretérito mais-que-perfeito e quis o futuro.
Mas não há futuro. Não há futuro e já nem há tempo para desprezar o presente.
A corrida, essa termin…
Tic, tac, tic, tac….
1, 2, 3, 4…
Sentada, vejo o tempo. Vejo o escorregar de cada segundo, o deslizar da vida…
A entrar pela fresta da janela já fui capaz de vislumbrar um homem alegre, de ânimo leve…
Hoje, a entrar pela fresta dessa mesma janela olho o homem que se fez senhor. É velho e parece-me angustiado…
O silêncio.
De repente, toda a minha mente é preenchida por medo. Compreendi, compreendi o porquê da sua angústia e a mensagem que me vinha transmitir.
- NÃO!
Ele veio fazer contas, contas à vida. À minha vida.
Ele não sabia. Não sabia da luta que eu travava, não sabia dos planos que eu tinha, não sabia do medo que me atormentava.
O mundo não fazia sentido e eu via o senhor a fugir pela janela. Estava a ver a fuga de cada segundo, o afastar da vida…
Nunca ninguém me disse que a partir do momento em que o relógio começa a sua corrida todos querem o mesmo: que ela não termine.
Tenho medo, muito medo.
Parada no tempo, estava no meio de uma sala que de tão vazia e silenciosa que era se tornou naquele momento insuportável. O silêncio, quanto mais inaudível era, mais ensurdecedor se tornava. O espaço, quanto mais de si me dava, menos de si eu queria.
Perdi tempo o tempo todo!
Hoje, todos viviam menos eu. Cansada de estar acordada eu já não vivia, sobrevivia.
Ali, sou mais um rosto que vê passar a vida através de sombras que atravessam paredes surrateira e devastadoramente. Ali, não estou pronta a fazer relatos de uma vida que não vivi.
De sobrevivente, já passei a resistente.
Desprezei o presente, vivi o passado, desejei o imperfeito, sobrevalorizei o condicional, sonhei o pretérito mais-que-perfeito e quis o futuro.
Mas não há futuro. Não há futuro e já nem há tempo para desprezar o presente.
A corrida, essa termin…
About:
tempo vida morte
I'd suppose ...
- Sofá -
Acho que vou conceber uma teoria sobre sofás!
Esta hoje fica cá muito bem:
The Kooks - Sofa Song
Acho que vou conceber uma teoria sobre sofás!
Esta hoje fica cá muito bem:
The Kooks - Sofa Song
About:
sofá the kooks
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Port-au-Prince, Haiti
Deixei a minha lapiseira esquecida em casa, o que me irritou profundamente.
Ridículo, porque...
Acabei de ver uma criança, com 15 dias, e a vida a fugir-lhe. Realmente, não houve ainda possibilidades de fazer chegar ao Haiti medicamentos para ajudar os que mais precisam. Compreende-se? É que na minha cabeça não há forma de processar tal informação.
Como é que se nega a vida assim?
Pertencemos a uma sociedade mais do que evoluída, temos rios de dinheiro que correm à mesma velocidade a que o sangue que me desliza nas veias. Maior até, arrisco-me a dizer.
Fazem-se milhões nos segundos que demoro a estalar os dedos; os mesmos três segundos a que morre uma criança algures no mundo com sida.
Não devia ser irreal o que mostram ali naquele ecrã? Um país consegue ser assim tão pobre que nem meios tem para andar na rua a salvar as suas pessoas entre os escombros? Um país que nem tem planos de emergência para situações como esta? Um país que nem tem capacidade para tirar um cadáver da rua, que sem culpa nenhuma cedeu à brutidão da natureza?
Esse dinheiro de nada serve agora. "A água é a moeda."
Pensei que viviamos num mundo responsável por assegurar a segurança dos que mais precisam. Sempre me pareceu que sim, mas afinal ainda não se pensa nisso com antecedência. Começo a perder a esperança!
Estão todos sempre à espera da desgraça, da devastação. Depois a segurança, a ajuda.
Ajudamos os que mais precisam, mas em tempos de crise. Deve ser suficiente.
Por hoje já nem havia forma de deixar que a ajuda entrasse no país. Os aviões estão no ar à espera que exista condições para aterrarem e a rezar para que o combustível não termine antes disso. Há pessoas na rua a morrer à fome. Há sangue por todo o lado, a tentar redimir-se com o colorido que oferece à destruição. Ainda estão edifícios a cair, a desmoronar-se por cima de pessoas que estavam talvez a cinco pedras de se conseguir fazer ouvir; agora morrem.
A rua transformou-se numa casa comum. Ornamentos? As árvores caídas, o pó do que se dissolveu em nada, pedras em todo o lado empilhadas de forma aleatória, pedaços de vida incontáveis. Também há dor a preencher as paredes desta casa. Muita.
Ontem 7 mil pessoas foram enterradas numa vala comum, sem serem identificadas. É possivel que aquela criança perdida ande desesperada à procura da família que se encontre entre essas vítimas. Pode ser verdade que aquela mãe já não tenha mais por onde procurar o filho...
Existia uma fila à porta de uma funerária que ainda estava erguida e que ocupava meio quarteirão. As pessoas só queriam enterrar os seus mortos com dignidade.
Para além do cheiro dos corpos em putrefacção que paira no ar e obrigada as pessoas a cobrirem a cara, diria que é o mundo que deve cobrir a cara pela vergonha que eu espero que tenha. A putrefacção maior é para mim a dos que nunca foram capazes de ajudar paises como este a erguerem-se da pobreza e evitar que situações limites como esta acontecessem.
O tempo urge, pode ser que agora já tenham acordado.
Ridículo, porque...
Acabei de ver uma criança, com 15 dias, e a vida a fugir-lhe. Realmente, não houve ainda possibilidades de fazer chegar ao Haiti medicamentos para ajudar os que mais precisam. Compreende-se? É que na minha cabeça não há forma de processar tal informação.
Como é que se nega a vida assim?
Pertencemos a uma sociedade mais do que evoluída, temos rios de dinheiro que correm à mesma velocidade a que o sangue que me desliza nas veias. Maior até, arrisco-me a dizer.
Fazem-se milhões nos segundos que demoro a estalar os dedos; os mesmos três segundos a que morre uma criança algures no mundo com sida.
Não devia ser irreal o que mostram ali naquele ecrã? Um país consegue ser assim tão pobre que nem meios tem para andar na rua a salvar as suas pessoas entre os escombros? Um país que nem tem planos de emergência para situações como esta? Um país que nem tem capacidade para tirar um cadáver da rua, que sem culpa nenhuma cedeu à brutidão da natureza?
Esse dinheiro de nada serve agora. "A água é a moeda."
Pensei que viviamos num mundo responsável por assegurar a segurança dos que mais precisam. Sempre me pareceu que sim, mas afinal ainda não se pensa nisso com antecedência. Começo a perder a esperança!
Estão todos sempre à espera da desgraça, da devastação. Depois a segurança, a ajuda.
Ajudamos os que mais precisam, mas em tempos de crise. Deve ser suficiente.
Por hoje já nem havia forma de deixar que a ajuda entrasse no país. Os aviões estão no ar à espera que exista condições para aterrarem e a rezar para que o combustível não termine antes disso. Há pessoas na rua a morrer à fome. Há sangue por todo o lado, a tentar redimir-se com o colorido que oferece à destruição. Ainda estão edifícios a cair, a desmoronar-se por cima de pessoas que estavam talvez a cinco pedras de se conseguir fazer ouvir; agora morrem.
A rua transformou-se numa casa comum. Ornamentos? As árvores caídas, o pó do que se dissolveu em nada, pedras em todo o lado empilhadas de forma aleatória, pedaços de vida incontáveis. Também há dor a preencher as paredes desta casa. Muita.
Ontem 7 mil pessoas foram enterradas numa vala comum, sem serem identificadas. É possivel que aquela criança perdida ande desesperada à procura da família que se encontre entre essas vítimas. Pode ser verdade que aquela mãe já não tenha mais por onde procurar o filho...
Existia uma fila à porta de uma funerária que ainda estava erguida e que ocupava meio quarteirão. As pessoas só queriam enterrar os seus mortos com dignidade.
Para além do cheiro dos corpos em putrefacção que paira no ar e obrigada as pessoas a cobrirem a cara, diria que é o mundo que deve cobrir a cara pela vergonha que eu espero que tenha. A putrefacção maior é para mim a dos que nunca foram capazes de ajudar paises como este a erguerem-se da pobreza e evitar que situações limites como esta acontecessem.
O tempo urge, pode ser que agora já tenham acordado.
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haiti sismo destruição dor
Conversas e retalhos, retalhos e retalhos!
Sim, é bom relembrar!
Red Hot Chili Peppers - Scar Tissue
Sim, é bom relembrar!
Red Hot Chili Peppers - Scar Tissue
Um bolso cheio de vida.
Tenho um bolso cheio de tudo. Inutilidades, daquela coisita antiga que se guarda e não se sabe bem porquê, de migalhas que ainda restam e custam imenso a deitar fora, a deixar partir, daquele elástico que devia colocar na cabeça para a libertar do peso desnecessário de todas as mechas de cabelo e me fazer pensar no que quer que fosse, só interessava que ao menos pensasse.
Às vezes escondo lá a mão. É naqueles dias em que não tenho vontade de trocar muitas palavras e em que me agradava poder encostar-me a uma parede e deslizar por ela até me poder sentar no chão, mais baixa que o mundo. Desligar-me um bocadinho de mim e absorver as vidas dos outros; fingir que parava o tempo e que só eles viviam.
Também gosto de o ter vazio, a não me incomodar o andar. Claro, já tenho mil e coisas com que me ocupar.
Às vezes escondo lá a mão. É naqueles dias em que não tenho vontade de trocar muitas palavras e em que me agradava poder encostar-me a uma parede e deslizar por ela até me poder sentar no chão, mais baixa que o mundo. Desligar-me um bocadinho de mim e absorver as vidas dos outros; fingir que parava o tempo e que só eles viviam.
Também gosto de o ter vazio, a não me incomodar o andar. Claro, já tenho mil e coisas com que me ocupar.
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vida bolso
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Assim
Jorge Palma - Frágil
Põe-me o braço no ombro
eu preciso de alguém
dou-me com toda a gente
e não me dou a ninguém
frágil
sinto-me frágil
Faz-me um sinal qualquer
se me vires falar demais
eu às vezes embarco
em conversas banais
frágil
sinto-me frágil
Frágil
esta noite estou tão frágil
frágil
já nem consigo ser ágil
Está a saber -me mal
este Whisky de malte
adorava estar "in"
mas estou-me a sentir "out"
frágil
sinto-me frágil
Acompanha-me a casa
já não aguento mais
deposita na cama
os meus restos mortais
frágil
sinto-me frágil
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jorge palma frágil
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
"A aparência do silêncio ou o silêncio aparente"
Na sequência de uma aula de uma cadeira da faculdade, foi-nos proposto produzir uma reflexão. Essa aula foi absolutamente diferente de qualquer outra, porque sem qualquer aviso prévio o professor sentou-se e não pronunciou qualquer palavra! O objectivo da aula era atingir o silêncio, tudo isto enquanto o professor escrevia, de tempos a tempos, poemas de Eugénio de Andrade sobre este tema. Transcrevo aqui a maior parte dessa minha reflexão porque é urgente reconhecer no silêncio uma verdadeira forma de comunicação!
[...]
A sala, uma tela em branco, ia sendo povoada aqui e ali por palavras vazias de significado. Estas palavras, menores do que a intenção queria, não eram suficientes para oferecer à aula qualquer significação. Não, muito longe disso. O único lugar que ocupavam era o de intrusas. Os olhares, no espaço incansáveis, eram por ali imensos, curiosos, perplexos, confusos, intimadores e principalmente incómodos. É fascinante como o som mais inaudível se torna para nós o mais perturbador de todos. Intrigante, era o que eu mais pensava da aula.
Sinto quase vergonha de pertencer a uma sociedade moderna em que vivemos diariamente acostados aos meios de comunicação e aderimos ao frenesim de todas e mais algumas facilidades que a ciência nos proporciona para procedermos ao processo que é comunicar. E há dias em que me incomoda a necessidade quase justificada de verbalizarmos tudo quanto sentimos e experienciamos com os que nos rodeiam, porque tudo isso nos faz perder a noção da importância do silêncio. E isto porquê?
A dificuldade de atingirmos um estádio de mutismo advém principalmente do facto de com o silêncio surgir um confronto aliado à introspecção.
Se as palavras são um esconderijo para nós, o silêncio pode trazer a vulnerabilidade que todos tentamos evitar e suponho até que o silêncio que nos envolve seja mais revelador do que a maior fuga inteligível de palavras. Numa dimensão pessoal, o silêncio faz-nos olhar para nós e obriga-nos a lidar com todas as nossas vivências sejam elas positivas ou negativas e, em função disso, gerar boas recordações, nostalgia e saudade ou vai ser responsável por fazer ressurgir más memórias, situações por resolver e continuamente à flor da pele. A esta segunda hipótese a nossa resposta imediata ao silêncio passa pela fuga a estes momentos em que somos obrigados a enfrentar tudo aquilo a que desejamos fugir. E foi o que se passou no meu caso por culpa de um íntimo que prefere simplesmente aceitar estas situações em vez de as assumir, deixando que o tempo actue sobre elas com um carácter atenuador. Pois a cor transparente que colore o corpo do silêncio dá-nos o medo de sermos legíveis aos olhos dos outros e de deixar que todo ele transpareça uma representação fiel ao nosso estado de espírito.
Numa vertente profissional o silêncio é também ele extremamente importante. Se por meio do silêncio atingirmos um conhecimento pessoal, se chegarmos ao nosso “caroço” então estaremos mais aptos para entender os outros. Um paciente nosso, uma criança que precisemos de ajudar pode ter determinadas limitações ou traumas e comunicar connosco sem qualquer verbalização. Ou seja, aí o silêncio vai actuar como uma língua comum entre o psicomotricista e a criança, podendo até fazer a ponte entre o problema e a causa. E por mais inaudível que seja, é genialmente denunciador, sendo uma evidência clara do que pode ser um problema sério e ávido de intervenção.
Não tenho qualquer dúvida quando afirmo que uma inaceitável maioria não reconhece o silêncio como uma forma de comunicar. Mas é, claro que é! Mas por não ser tão comum como as palavras – audíveis, claras, fáceis – o silêncio é de tal forma incompreendido que é essencial que cada um de nós proceda ao seu exercício para desvendar os seus mistérios a um nível individual, pois só assim nos será possível intervir perante um silêncio de alguém que carece de ajuda.
E se a sua presença é inegável então tentemos promovê-lo. Não há palavras que corrompam a autenticidade de um silêncio. Porque o silêncio é a certeza de um (des)equilíbrio entre corpo e mente. Porque o silêncio é comparável a uma porta pela qual se entra e desvenda o mundo que ela encerra. Porque o silêncio constitui a mais bela penetração da intimidade do ser humano.
E como um dia escreveu José de Almada Negreiros, e em jeito de ilustração do que é a verdadeira identidade do silêncio de mãos dadas com a nossa futura vivência profissional, assim termino:
“Dá-me a tua mão p’ra ser tão grande o silêncio…”.
[...]
A sala, uma tela em branco, ia sendo povoada aqui e ali por palavras vazias de significado. Estas palavras, menores do que a intenção queria, não eram suficientes para oferecer à aula qualquer significação. Não, muito longe disso. O único lugar que ocupavam era o de intrusas. Os olhares, no espaço incansáveis, eram por ali imensos, curiosos, perplexos, confusos, intimadores e principalmente incómodos. É fascinante como o som mais inaudível se torna para nós o mais perturbador de todos. Intrigante, era o que eu mais pensava da aula.
Sinto quase vergonha de pertencer a uma sociedade moderna em que vivemos diariamente acostados aos meios de comunicação e aderimos ao frenesim de todas e mais algumas facilidades que a ciência nos proporciona para procedermos ao processo que é comunicar. E há dias em que me incomoda a necessidade quase justificada de verbalizarmos tudo quanto sentimos e experienciamos com os que nos rodeiam, porque tudo isso nos faz perder a noção da importância do silêncio. E isto porquê?
A dificuldade de atingirmos um estádio de mutismo advém principalmente do facto de com o silêncio surgir um confronto aliado à introspecção.
Se as palavras são um esconderijo para nós, o silêncio pode trazer a vulnerabilidade que todos tentamos evitar e suponho até que o silêncio que nos envolve seja mais revelador do que a maior fuga inteligível de palavras. Numa dimensão pessoal, o silêncio faz-nos olhar para nós e obriga-nos a lidar com todas as nossas vivências sejam elas positivas ou negativas e, em função disso, gerar boas recordações, nostalgia e saudade ou vai ser responsável por fazer ressurgir más memórias, situações por resolver e continuamente à flor da pele. A esta segunda hipótese a nossa resposta imediata ao silêncio passa pela fuga a estes momentos em que somos obrigados a enfrentar tudo aquilo a que desejamos fugir. E foi o que se passou no meu caso por culpa de um íntimo que prefere simplesmente aceitar estas situações em vez de as assumir, deixando que o tempo actue sobre elas com um carácter atenuador. Pois a cor transparente que colore o corpo do silêncio dá-nos o medo de sermos legíveis aos olhos dos outros e de deixar que todo ele transpareça uma representação fiel ao nosso estado de espírito.
Numa vertente profissional o silêncio é também ele extremamente importante. Se por meio do silêncio atingirmos um conhecimento pessoal, se chegarmos ao nosso “caroço” então estaremos mais aptos para entender os outros. Um paciente nosso, uma criança que precisemos de ajudar pode ter determinadas limitações ou traumas e comunicar connosco sem qualquer verbalização. Ou seja, aí o silêncio vai actuar como uma língua comum entre o psicomotricista e a criança, podendo até fazer a ponte entre o problema e a causa. E por mais inaudível que seja, é genialmente denunciador, sendo uma evidência clara do que pode ser um problema sério e ávido de intervenção.
Não tenho qualquer dúvida quando afirmo que uma inaceitável maioria não reconhece o silêncio como uma forma de comunicar. Mas é, claro que é! Mas por não ser tão comum como as palavras – audíveis, claras, fáceis – o silêncio é de tal forma incompreendido que é essencial que cada um de nós proceda ao seu exercício para desvendar os seus mistérios a um nível individual, pois só assim nos será possível intervir perante um silêncio de alguém que carece de ajuda.
E se a sua presença é inegável então tentemos promovê-lo. Não há palavras que corrompam a autenticidade de um silêncio. Porque o silêncio é a certeza de um (des)equilíbrio entre corpo e mente. Porque o silêncio é comparável a uma porta pela qual se entra e desvenda o mundo que ela encerra. Porque o silêncio constitui a mais bela penetração da intimidade do ser humano.
E como um dia escreveu José de Almada Negreiros, e em jeito de ilustração do que é a verdadeira identidade do silêncio de mãos dadas com a nossa futura vivência profissional, assim termino:
“Dá-me a tua mão p’ra ser tão grande o silêncio…”.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Estranho.
Kanye West - Street Lights
Kanye West - Street Lights
About:
kanye west present
domingo, 10 de janeiro de 2010
(Des)preocupada
Não é habitual. Não em mim, o que pode significar qualquer coisa.
Tenho antes de mais que confessar que não pensar demais sabe tão, mas tão bem. Tenho uma cabeça a quem nunca apeteceu aderir a esse movimento da vida despreocupada por quem tantos dão o braço a torcer até quebrar.
Como ela ainda tem algum poder de decisão sobre mim (nunca me vou livrar disso?) parece que decidiu entrar por aí. O mais engraçado foi como não se esqueceu de olhar para ambos os lados antes de atravessar a estrada que deu a uma ruela escura e desconhecida, e que lhe permitia enveredar por esses caminhos de ideias. A sorte foi que essa ruela, estreita e curta, obedecendo ao nome, aguardava mais à frente por uma avenida improvável com imensas ruas que lhe eram perpendiculares e que se colocovam tanto à esquerda como à direita em jeito de um urbanismo nova-iorquino hiper organizado. É parecido com NY, deve querer dizer alguma coisa, pensou ela.
Onde as luzes a encandeiam e os edifícios lhe recortam a linha do horizonte, vai entrando num ritmo acelerado que nunca lhe pertenceu, nem a mim!
Sou uma perfeita desconhecida por esses lados, o que nem sequer me incomoda. Sim, pode ser que isso me esprema a vontade de andar aí a vaguear nesse modo de vida, só que não será para já!
John Mayer - Not Myself
Tenho antes de mais que confessar que não pensar demais sabe tão, mas tão bem. Tenho uma cabeça a quem nunca apeteceu aderir a esse movimento da vida despreocupada por quem tantos dão o braço a torcer até quebrar.
Como ela ainda tem algum poder de decisão sobre mim (nunca me vou livrar disso?) parece que decidiu entrar por aí. O mais engraçado foi como não se esqueceu de olhar para ambos os lados antes de atravessar a estrada que deu a uma ruela escura e desconhecida, e que lhe permitia enveredar por esses caminhos de ideias. A sorte foi que essa ruela, estreita e curta, obedecendo ao nome, aguardava mais à frente por uma avenida improvável com imensas ruas que lhe eram perpendiculares e que se colocovam tanto à esquerda como à direita em jeito de um urbanismo nova-iorquino hiper organizado. É parecido com NY, deve querer dizer alguma coisa, pensou ela.
Onde as luzes a encandeiam e os edifícios lhe recortam a linha do horizonte, vai entrando num ritmo acelerado que nunca lhe pertenceu, nem a mim!
Sou uma perfeita desconhecida por esses lados, o que nem sequer me incomoda. Sim, pode ser que isso me esprema a vontade de andar aí a vaguear nesse modo de vida, só que não será para já!
John Mayer - Not Myself
About:
vida viver liberdade
sábado, 9 de janeiro de 2010
Hoje é o dia?
Apetece-me ir! Já passou imenso tempo desde a última vez que passei por lá.
Hm essa última vez! Abriu em mim um qualquer rasgo de uma vastidão tal que me sugou toda a vontade de me debruçar sobre… tudo.
Vem-me à memória um buraco negro: eu alimentava-me de tudo e continuava transformada em nada. Nada? Nada. Nada. Nada!
Revivia tudo de trás para a frente, do meio para o fim, do verdadeiro início depois do começo. Mas pensava em tudo a uma velocidade bem superior à da luz que nunca se acendeu para mim. Ou talvez a tenha engolido também a ela porque não constituía o maior dos maiores grãos de poeira que por aí andam.
Essa minha atracção pelo nada era tanto gravitacional como consciente. E essa força era de tal ordem que também retardava o tempo. O tempo que se transformou numa incógnita que não passava de maneira nenhuma! Eu sei lá, esticou-se para agarrar uma dimensão psicológica que ninguém lhe pediu e eu dava cabo dela se pudesse!
Já a medida da minha entropia era absolutamente ridícula. É que nem tinha a bondade de evoluir gradualmente! Não: dava saltos abruptos sem tomar balanço para que eu não fosse embalada nesse movimento e tomasse em vez disso uma consciência sempre atrasada e brutal e escabrosa no seu físico.
Ai se eu pudesse ter acabado com isso mais cedo! Se eu pudesse ter escolhido outra forma de deixar que me devorasse!
Já estou mais inteira, já não é assim que dá cabo de mim!
Secalhar hoje vou mesmo lá!
Hm essa última vez! Abriu em mim um qualquer rasgo de uma vastidão tal que me sugou toda a vontade de me debruçar sobre… tudo.
Vem-me à memória um buraco negro: eu alimentava-me de tudo e continuava transformada em nada. Nada? Nada. Nada. Nada!
Revivia tudo de trás para a frente, do meio para o fim, do verdadeiro início depois do começo. Mas pensava em tudo a uma velocidade bem superior à da luz que nunca se acendeu para mim. Ou talvez a tenha engolido também a ela porque não constituía o maior dos maiores grãos de poeira que por aí andam.
Essa minha atracção pelo nada era tanto gravitacional como consciente. E essa força era de tal ordem que também retardava o tempo. O tempo que se transformou numa incógnita que não passava de maneira nenhuma! Eu sei lá, esticou-se para agarrar uma dimensão psicológica que ninguém lhe pediu e eu dava cabo dela se pudesse!
Já a medida da minha entropia era absolutamente ridícula. É que nem tinha a bondade de evoluir gradualmente! Não: dava saltos abruptos sem tomar balanço para que eu não fosse embalada nesse movimento e tomasse em vez disso uma consciência sempre atrasada e brutal e escabrosa no seu físico.
Ai se eu pudesse ter acabado com isso mais cedo! Se eu pudesse ter escolhido outra forma de deixar que me devorasse!
Já estou mais inteira, já não é assim que dá cabo de mim!
Secalhar hoje vou mesmo lá!
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lugar passado
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
"City lights are so bright, as we go sliding"
Às vezes tenho saudades!
Led Zeppelin - The Song Remains The Same
Led Zeppelin - The Song Remains The Same
About:
led zeppelin saudades falta
Ao regresso!
As chaves na porta. A mesma palmeira mas cada vez mais alta. A marca deixada pelo pinheiro que desapareceu. A coleira do cão está ali sozinha no chão, por isso deduzo que ande aí a passear.
Se estiver quase na hora de jantar sou capaz de sentir o cheiro à comida da mãe enquanto subo as escadas. Se eles estiverem em casa, consigo ouvi-los cá fora. Se eles ainda estiverem acordados, então aquelas luzes estão a escutar as conversas deles e a apreciarem os seus risos.
A sala desarrumada, o quarto igualmente abafado com roupas que ninguém vestiu. Uma bota deitada e outra quase de pé. Carteira no chão? Mais uma vez! O portátil estrategicamente colocado sobre a mesa, os livros fora da mão em que deviam estar.
O iPod esteve a ser usado, nota-se! E a janela deve ter tido companhia!
Existem mais uns 2 casacos do que tem sido habitual ali pendurados e uma mala encostada a uma parede: aberta, pronta a ser usada (mais uma vez!).
Mas agora estou aqui sozinha, a pensar no quão bom é regressar. Não tenho disto nem destes por lá.
Estou no meu espaço, aquelas fotografias são todas nossas e o livro está no mesmo sítio onde da última vez o deixei. As vozes, a essas conheço-as desde que me lembro. As brincadeiras ainda são a três e as guerras para evitar que ninguém durma sozinho começam logo quando ponho o pé em casa.
Oh mãe já percebi que o papagaio já sabe dizer o meu nome, por obra de quem seria?
Claro pai, também sei que agora me chamas a menina da mamã!
Sim, já sei que agora a mãe está sempre a dizer-vos para deixarem aquelas coisas para mim quando não estou cá seus invejosos!
Oh Manelito não sejas chato!
E Margarida pára agora de falar um bocadinho, já é tão tarde e precisamos de dormir!
Mas não me apetece dormir, achas mesmo que sim? Apetecem-me horas de conversa, noites e noites no meu quarto, sentar-me na minha varanda quando já é escuro e escuro e escuro. Até sinto falta daquele cheiro do café matinal que vocês sabem que eu não adoro!
Sabem-me a tanto estes dias cá em casa! Chegar a meio da semana, mas com metade das pessoas por saber! Andar por onde quero, estar com quem quero... Matar saudades e começar logo a criar outras! Deixar para daqui a uns dias quem não vi...
...
Hm, está mais um papel azul em cima da mesa! Aquilo é o quê? Outro bilhete de ida, porra!
Se estiver quase na hora de jantar sou capaz de sentir o cheiro à comida da mãe enquanto subo as escadas. Se eles estiverem em casa, consigo ouvi-los cá fora. Se eles ainda estiverem acordados, então aquelas luzes estão a escutar as conversas deles e a apreciarem os seus risos.
A sala desarrumada, o quarto igualmente abafado com roupas que ninguém vestiu. Uma bota deitada e outra quase de pé. Carteira no chão? Mais uma vez! O portátil estrategicamente colocado sobre a mesa, os livros fora da mão em que deviam estar.
O iPod esteve a ser usado, nota-se! E a janela deve ter tido companhia!
Existem mais uns 2 casacos do que tem sido habitual ali pendurados e uma mala encostada a uma parede: aberta, pronta a ser usada (mais uma vez!).
Mas agora estou aqui sozinha, a pensar no quão bom é regressar. Não tenho disto nem destes por lá.
Estou no meu espaço, aquelas fotografias são todas nossas e o livro está no mesmo sítio onde da última vez o deixei. As vozes, a essas conheço-as desde que me lembro. As brincadeiras ainda são a três e as guerras para evitar que ninguém durma sozinho começam logo quando ponho o pé em casa.
Oh mãe já percebi que o papagaio já sabe dizer o meu nome, por obra de quem seria?
Claro pai, também sei que agora me chamas a menina da mamã!
Sim, já sei que agora a mãe está sempre a dizer-vos para deixarem aquelas coisas para mim quando não estou cá seus invejosos!
Oh Manelito não sejas chato!
E Margarida pára agora de falar um bocadinho, já é tão tarde e precisamos de dormir!
Mas não me apetece dormir, achas mesmo que sim? Apetecem-me horas de conversa, noites e noites no meu quarto, sentar-me na minha varanda quando já é escuro e escuro e escuro. Até sinto falta daquele cheiro do café matinal que vocês sabem que eu não adoro!
Sabem-me a tanto estes dias cá em casa! Chegar a meio da semana, mas com metade das pessoas por saber! Andar por onde quero, estar com quem quero... Matar saudades e começar logo a criar outras! Deixar para daqui a uns dias quem não vi...
...
Hm, está mais um papel azul em cima da mesa! Aquilo é o quê? Outro bilhete de ida, porra!
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regresso
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Learning
"Perhaps she was not as weak as she always assumed; finally, you had to measure yourself by other people--there really was nothing else. Every now and then, quite unintentionally, someone taught you something about yourself."
in Atonement, Ian McEwan
in Atonement, Ian McEwan
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
"I'm not done with the night"
Norah Jones - Chasing Pirates
In your message you said
You were going to bed
But I'm not done with the night
So I stayed up and read
But your words in my head
Got me mixed up so I turned out the light
And I, don't know how
To slow it down
My mind's racing
From chasing pirates
Well, I'm having the squeems
While the silliest thing's
Floppin' around in my brain
And I try not to dream
But them possible schemes
Swim around, wanna drown me in sync
And I don't know how
To slow it down
Oh, my mind's racing
From chasing pirates
And I don't know how
To slow it down
Oh, my mind's racing
From chasing pirates
My mind's racing
From chasing pirates
My mind's racing
From chasing pirates
About:
norah jones standing
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
O melhor da política!
Desculpem mas não resisti!
"Ouvido no elevador: O CDS vai aderir às redes sociais. A próxima campanha pela lavoura vai ser toda no Farmville."
Rodrigo Moita de Deus, 31 da Armada
"Ouvido no elevador: O CDS vai aderir às redes sociais. A próxima campanha pela lavoura vai ser toda no Farmville."
Rodrigo Moita de Deus, 31 da Armada
domingo, 3 de janeiro de 2010
Retrato falseado!
Um parvo de um amigo que eu adoro teve a indecência de escrever isto, durante uma conversa em que gostava de saber porquê me decidiu chamar de, vejam só, (leiam/vejam, the same thing man!) TONY!
- "Joana imagina:
e de repente, chega uma tal de Joana que com o seu cair de mão, enquanto segura
a sua mala(provavelmente rosa, e com um ou outro boneco) e diz "Olaaaaaaaa"
enquanto ri com um sorriso de orelha a orelha, com um ar finório e emproado de
menina que não tem nem uma ferida na mão, provavelmente está de saltos ou
sapatos, pretos ou brancos depende se vier de vestido porque pode vir de jeans e
aí concerteza irá trazer sapatilhas brancas, com flores muito meninas claro
[...]
e esqueci-me de salientar: com umas quantas pulseiras no pulso direito"
Mas eu juro que não entendo! Fosse eu ler esta descrição (toda falseada!) sobre alguém que desconhecia e era capaz de ficar com uma ideia terrivel dessa tal pessoa!
Bom amigo este, sim senhora!
- "Joana imagina:
e de repente, chega uma tal de Joana que com o seu cair de mão, enquanto segura
a sua mala(provavelmente rosa, e com um ou outro boneco) e diz "Olaaaaaaaa"
enquanto ri com um sorriso de orelha a orelha, com um ar finório e emproado de
menina que não tem nem uma ferida na mão, provavelmente está de saltos ou
sapatos, pretos ou brancos depende se vier de vestido porque pode vir de jeans e
aí concerteza irá trazer sapatilhas brancas, com flores muito meninas claro
[...]
e esqueci-me de salientar: com umas quantas pulseiras no pulso direito"
Mas eu juro que não entendo! Fosse eu ler esta descrição (toda falseada!) sobre alguém que desconhecia e era capaz de ficar com uma ideia terrivel dessa tal pessoa!
Bom amigo este, sim senhora!
About:
R amizade retrato
Com tempo. Com tempo!
Porque não. Porque a inspiração morreu com a última viagem que fiz até ao lugar comum para o qual nunca mais voltei!
Começo a achar que me falta viver entre o cimento e a tinta da parede, por entre fendas que irrompem a superficie em dias que ninguém espera, incluida em vidas que não me conhecem ou a dar a mão a um futuro qualquer!
Soa-me quase a estrangeira esta impossibilidade de escrever por tudo e por nada. Claro, já não estou a isso acostumada!
Até há umas tardes atrás escrevia no comboio, sentada à beira do rio em Belém, nas longas viagens de autocarro, nos dias e tardes e noites mortas de estudo, durante outras noites quentes passadas na varanda, enquanto enchia as colheres com um quase nada de gelado, a observar o que foi e o que voltou, muitos que esperam e um ou outro que desespera!
E agora? Agora... vou escrevendo quando me obrigo a mexer os dedos à velocidade lenta a que as palavras caem nas frases e à preguiça que os acentos têm em pontear as letras mais duras! Já para não falar na dificuldade de fazer aparecer mais um parágrafo no emaranhado de ideias que teimam em não querer aparecer à hora que não marquei !
Mas com tempo as frases voltam ao modo como assentavam na linha e as letras ocupam o espaço devido, para além do meu género normal se ir conjugando com o número de notas soltas habitual!
Começo a achar que me falta viver entre o cimento e a tinta da parede, por entre fendas que irrompem a superficie em dias que ninguém espera, incluida em vidas que não me conhecem ou a dar a mão a um futuro qualquer!
Soa-me quase a estrangeira esta impossibilidade de escrever por tudo e por nada. Claro, já não estou a isso acostumada!
Até há umas tardes atrás escrevia no comboio, sentada à beira do rio em Belém, nas longas viagens de autocarro, nos dias e tardes e noites mortas de estudo, durante outras noites quentes passadas na varanda, enquanto enchia as colheres com um quase nada de gelado, a observar o que foi e o que voltou, muitos que esperam e um ou outro que desespera!
E agora? Agora... vou escrevendo quando me obrigo a mexer os dedos à velocidade lenta a que as palavras caem nas frases e à preguiça que os acentos têm em pontear as letras mais duras! Já para não falar na dificuldade de fazer aparecer mais um parágrafo no emaranhado de ideias que teimam em não querer aparecer à hora que não marquei !
Mas com tempo as frases voltam ao modo como assentavam na linha e as letras ocupam o espaço devido, para além do meu género normal se ir conjugando com o número de notas soltas habitual!
About:
escrever
Apetece-me correr à beira-mar e salpicar a vida mundana de mil gotas revigorantes que saltam de cada onda que se exalta!
Alguém me acompanha?
Alguém me acompanha?
sábado, 2 de janeiro de 2010
Breathe
Radiohead - No Surprises
I'll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide
About:
radiohead breathe
Creativity
Gostava imenso de saber para onde raio fugiu toda a minha criatividade.
Não devia ser eu o refúgio dela?
Não devia ser eu o refúgio dela?
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escrever
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