Apetece-me ir! Já passou imenso tempo desde a última vez que passei por lá.
Hm essa última vez! Abriu em mim um qualquer rasgo de uma vastidão tal que me sugou toda a vontade de me debruçar sobre… tudo.
Vem-me à memória um buraco negro: eu alimentava-me de tudo e continuava transformada em nada. Nada? Nada. Nada. Nada!
Revivia tudo de trás para a frente, do meio para o fim, do verdadeiro início depois do começo. Mas pensava em tudo a uma velocidade bem superior à da luz que nunca se acendeu para mim. Ou talvez a tenha engolido também a ela porque não constituía o maior dos maiores grãos de poeira que por aí andam.
Essa minha atracção pelo nada era tanto gravitacional como consciente. E essa força era de tal ordem que também retardava o tempo. O tempo que se transformou numa incógnita que não passava de maneira nenhuma! Eu sei lá, esticou-se para agarrar uma dimensão psicológica que ninguém lhe pediu e eu dava cabo dela se pudesse!
Já a medida da minha entropia era absolutamente ridícula. É que nem tinha a bondade de evoluir gradualmente! Não: dava saltos abruptos sem tomar balanço para que eu não fosse embalada nesse movimento e tomasse em vez disso uma consciência sempre atrasada e brutal e escabrosa no seu físico.
Ai se eu pudesse ter acabado com isso mais cedo! Se eu pudesse ter escolhido outra forma de deixar que me devorasse!
Já estou mais inteira, já não é assim que dá cabo de mim!
Secalhar hoje vou mesmo lá!
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