domingo, 3 de janeiro de 2010

Com tempo. Com tempo!

Porque não. Porque a inspiração morreu com a última viagem que fiz até ao lugar comum para o qual nunca mais voltei!

Começo a achar que me falta viver entre o cimento e a tinta da parede, por entre fendas que irrompem a superficie em dias que ninguém espera, incluida em vidas que não me conhecem ou a dar a mão a um futuro qualquer!

Soa-me quase a estrangeira esta impossibilidade de escrever por tudo e por nada. Claro, já não estou a isso acostumada!
Até há umas tardes atrás escrevia no comboio, sentada à beira do rio em Belém, nas longas viagens de autocarro, nos dias e tardes e noites mortas de estudo, durante outras noites quentes passadas na varanda, enquanto enchia as colheres com um quase nada de gelado, a observar o que foi e o que voltou, muitos que esperam e um ou outro que desespera!

E agora? Agora... vou escrevendo quando me obrigo a mexer os dedos à velocidade lenta a que as palavras caem nas frases e à preguiça que os acentos têm em pontear as letras mais duras! Já para não falar na dificuldade de fazer aparecer mais um parágrafo no emaranhado de ideias que teimam em não querer aparecer à hora que não marquei !

Mas com tempo as frases voltam ao modo como assentavam na linha e as letras ocupam o espaço devido, para além do meu género normal se ir conjugando com o número de notas soltas habitual!

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