quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

De mim para ti

Para ela, com todo o amor e carinho que lhe tenho.

Ela estava comigo com um bocadinho do seu lado esquerdo aos pulos.
Eu também sei como é: quando um não sei quê que não se deseja finta a razão das coisas e inverte a sua ordem para parecer plausível que seja o fogo a apagar a água. Rouba-lhes o sentido, como a noite rouba o sol ao dia.
A insanidade dessas situações corta-me a palavra e deixa-me, mais do que incrédula, muda. Absorta em conjecturas sobre o que hipoteticamente nem chega a ser.
Crio-lhe justificações que até chego a pensar lembrarem a todos menos à realidade.
Mais do que gostar, queria estar com ela todos os dias. Dar-lhe a mão, o ombro, o colo. Segurança. Devolver-lhe o sorriso fácil que fazia questão de aparecer entre nós e os outros, às vezes só porque sim.

Hoje senti-me a mais fraca das duas. Por não ser capaz de impedir que se rendesse ao que a magoa. Fiquei mais perdida do que ela e esperei que fosse embora para lhe poder esconder os meus olhos húmidos.
Ainda me é impossível compreender o porquê de a melhor coisinha do mundo conseguir ser a que mais fere. Não da noite para o dia que essa mudança é relativamente gradual. Do branco para o preto.

Se eu pudesse transcrever a história mas mudar-lhe o sentido!...
Desculpa ainda não ter conseguido criar uma forma de virar o teu mundo ao contrário. Mas prometo que não vou desistir!

Com o mais forte dos abraços que existem, Joana. A de sempre.

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