Perdoem-me a repetição, mas hoje estou assim!
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Há dias assim.
Perdoem-me a repetição, mas hoje estou assim!
«Something's Missing»
it doesn't ask.
It just walks in where it left you last.
You never know when it starts
Until there's fog inside the glass around your summer heart.
...
Something's Missing,
terça-feira, 28 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Objecto amoroso não é a grande unidade de sentido e significação
As histórias de amor fazem parte integrante desse núcleo central de razões que nos fazem mexer. Por mais escamoteadas que sejam na sua real importância, por mais periféricas que queiramos que sejam, o facto incontornável é que a maioria das pessoas, em algum momento da sua vida, faz do seu objeto amoroso a grande unidade de sentido e significação.
É sobre uma relação amorosa que, frequentemente, assentam opções e escolhas de todo o tipo que depois se transformam em trajetórias de vida.
Mas embora as histórias de amor se assemelhem e mobilizem impulsos, emoções e sentimentos idênticos em diferentes pessoas, o facto é que crescem, se desenvolvem e morrem com diferentes estruturas relacionais.
Nuns casos, a ausência, a distância física, que normalmente faz pensar também na distância emocional, de acordo com o velho princípio do "longe da vista, longe do coração", parece ajudar a idealização e facilitar que o Outro permaneça no tempo como um objeto de desejo.
Noutros casos, pelo contrário, a história constrói-se sobre uma presença permanente, uma partilha constante, uma proximidade física que não imagina nem suporta qualquer espécie de ausência.
A presença e a ausência, que por si mesmas não definem sentimentos nem justificam qualidades de afetos, acabam por ser estilos relacionais que, com a continuidade, se transformam em verdadeiros estilos de vida.
Quem se habitua a ter um objeto de amor em fundo sem, contudo, contaminar o quotidiano de pequenas adaptações e cedências, resiste o mais que pode à proximidade que sente como invasão do seu espaço.
Quem faz da partilha e da comunhão de todos os momentos uma forma de amor, não entende o interesse e a ligação de uma relação sem presença.
Às vezes, as histórias de amor fazem-se de ausências, outras vezes, pelo contrário, de presenças. Apenas porque sim."
- ISABEL LEAL, crónica "Longe da Vista"
sábado, 25 de setembro de 2010
— CAIO FERNANDO ABREU, in "Triângulo Das Águas"
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Silence!
— CLARICE LISPECTOR
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Let's pretend we know who we are
— CAIO FERNANDO ABREU
É.
— CAIO FERNANDO ABREU
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Um mundo em bico
JACINTO LUCAS PIRES, in "Livro Usado (numa viagem ao Japão)"
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
A simplicidade do fundamental
-RUDINEI BORGES
I used to write letters I used to sign my name
I used to sleep at night
Before the flashing lights settled deep in my brain
But by the time we met
By the time we met the times had already changed
So I never wrote a letter
I never took my true heart I never wrote it down
So when the lights cut out
I was left standing in the wilderness downtown
Now our lives are changing fast
Now our lives are changing fast
Hope that something pure can last
Hope that something pure can last
It seems strange
How we used to wait for letters to arrive
But what's stranger still
Is how something so small can keep you alive
We used to wait
We used to waste hours just walking around
We used to wait
All those wasted lives in the wilderness downtown
oooo we used to wait
oooo we used to wait
oooo we used to wait
Sometimes it never came
(oooo we used to wait)
Sometimes it never came
(oooo we used to wait)
Still moving through the pain
(oooooo)
I'm gonna write a letter to my true love
I'm gonna sign my name
Like a patient on a table
I wanna walk again gonna move through the pain
Now our lives are changing fast
Now our lives are changing fast
Hope that something pure can last
Hope that something pure can last
oooo we used to wait
oooo we used to wait
oooo we used to wait
Sometimes it never came
(oooo we used to wait)
Sometimes it never came
(oooo we used to wait)
Still moving through the pain
(oooooo)
we used to wait (x3)
We used to wait for it
We used to wait for it
Now we're screaming sing the chorus again
We used to wait for it
We used to wait for it
Now we're screaming sing the chorus again
I used to wait for it
I used to wait for it
Hear my voice screaming sing the chorus again
Wait for it
We Used To Wait,
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
O senhor dos clássicos!
But while there's moonlight and music and love and romance,
Let's face the music and dance
Before the fiddlers have fled,
Before they ask us to pay the bill,
And while we still have the chance,
Let's face the music and dance
Soon, we'll be without the moon,
Humming a different tune
And then...
There may be teardrops to shed,
So while there's moonlight and music and love and romance,
Face the music and dance
Before the fiddlers have fled
Before they ask us to come up with the bill,
And while we still have got that chance,
Face that music and dance
Soon, we'll be without the moon,
Humming a different tune,
And then...
There may be teardrops to shed
So while there's moonlight and music and love and romance,
Let's face the music and dance
Dance
Let's face the music,
Look at that music
Why not face the music and dance?
Let's Face The Music And Dance,
A verdade oculta
- BERNARDO SOARES, in "Livro do Desassossego"
terça-feira, 7 de setembro de 2010
A alegria do it it it
— CLARICE LISPECTOR
O vento leva mesmo!
- Como pode alguém sonhar o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer e isso, eu vi, o vento leva!
- Não sei mas sinto que é como sonhar que o esforço p'ra lembrar é a vontade de esquecer...
- RODRIGO AMARANTE
«haverá dias quentes de sol»
A primeira, e a mais incontornável, é que cada um de nós chama felicidade a sensações distintas. Se para alguns é assimilada a paz, tranquilidade, facilidade de gestão do quotidiano, algum despojamento que atualiza e ocidentaliza milenares perspetivas zen, outros veem nela, pelo contrário, um estado de espírito intenso e apaixonado que, por vezes, desce sobre as suas cabeças, assim como se fora uma versão modernizada do espírito santo.
Mas a maioria das pessoas, por mero bom senso, diga-se, tem da felicidade uma visão dualista e polarizada, avaliando o seu grau de felicidade pela infelicidade que sabem ou julgam ser possível.
E a infelicidade absoluta, que se associa ao vazio afetivo e à miséria humana, reside, na ideação íntima de cada um de nós, em situações-limite de perda de sentido e de significação.
A infelicidade sem consolo existe quando não se ama e não se é amado, quando não se valoriza o que se tem e o que se conhece, quando se mergulha na depressão que empobrece a visibilidade e a projeção no futuro.
Desse modo arrevesado, consegue-se que o conceito de felicidade mais circulante seja sempre positivo e até elevado. Ainda que frustrados em aspetos particulares, inseguros ou queixosos; ainda que tristonhos, zangados ou receosos, a maioria de nós tem a convicção de que, mesmo que de momento seja inverno, haverá dias quentes de sol, encontros luminosos, gargalhadas frescas, beijos calorosos, gestos redentores.
O que nos faz feliz, talvez estranhamente, é saber que a felicidade e a infelicidade são estados de espírito que, ainda que influenciados pelo que acontece à volta, refletem o que de mais profundo conseguimos elaborar, atualizar e transformar em nós.
O que nos faz felizes, mesmo quando estamos infelizes, é acreditar que amanhã será outro dia."
- ISABEL LEAL, crónica "O Que Nos Faz Feliz", 2 Set 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
A palavra que soou
Só que, como de hábito, na cabeça (como que separada do mundo, movida por interiores taquicardias, adrenalinas, metabolismos) se passava uma coisa, e naquele ponto em que isso cruzava com o de fora, esse lugar onde habitamos outros, começava a região do incompreensível: Lá, onde qualquer delicadeza premeditada poderia soar estúpida como um seco: não. E soou, em plena mesa posta.
Tanto pasmo, depois. Sozinho no apartamento, domingo à noite. Todas as coisas quietas e limpas, o perfume adocicado das madressilvas roubadas e o bolo de chocolate intocado no refrigerador — até a televisão falar da explosão nuclear subterrânea. Então a suspeita bruta: não suportamos aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós. Afirmou, depois acendeu o cigarro, reformulou, repetiu, acrescentou esta interrogação: não suportamos mesmo aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós? Não, não suportamos essa doçura.
Puro cérebro sem dor perdido nos labirintos daquilo que tinha acabado de acontecer. Dor branca, querendo primeiro compreender, antes de doer abolerada, a dor. Doeria mais tarde, quem sabe, de maneira insensata e ilusória como doem as perdas para sempre perdidas, e portanto irremediáveis, transformadas em memórias iguais pequenos paraísos-perdidos. Que talvez, pensava agora, nem tivessem sido tão paradisíacos assim.
Porque havia o sufocamento daquela espécie de patético simulacro de fantasia matrimonial provisória, a dificuldade de manter um clima feito linha esticada, segura para não arrebentar de súbito, precipitando o equilibrista no vazio mortal. Cheio de carinho, remexeu no doce, sem empurrar o prato. Preferia a fome: só isso. Pelo longo vício da própria fome — e seria um erro, porque saciar a fome poderia trazer, digamos, mais conforto? — ou de pura preguiça de ter que reformular-se inteiro para enfrentar o que chamam de amor, e de repente não tinha gosto?
De onde vem essa iluminação que chamam de amor, e logo depois se contorce, se enleia, se turva toda e ofusca e apaga e acende feito um fio de contato defeituoso, sem nunca voltar àquela primeira iluminação? Espera, vamos conversar, sugeriu sem muito empenho. Tarde demais, porta fechada. Sozinho enfim, podia remexer em discos e livros para decidir sem nenhuma preocupação de harmonia-com-o-gosto-alheio que sempre preferira um Morrison a Manuel Bandeira. Sid Vicious a Puccini. A mosca a Uma janela para o amor, sempre uma vodca a um copo de leite: metal drástico. Era desses caras de barba por fazer que sempre escolherão o risco, o perigo, a insensatez, a insegurança, o precário, a maldição, a noite — a Fome maiúscula. Não a mesa posta e farta, com pratos e panelas a serem lavados na pia cheia de graxa — mas um hambúrguer qualquer para você que escrevo. Mas os escritores são muito cruéis, você me ama pelo que me mata com coca-cola no boteco da esquina, e a vida acontecendo em volta, escrota e nua.
Não muito confuso, assim confrontado com sua explícita incapacidade de lidar com. A palavra não vinha. Podia fazer mil coisas a seguir. Mas dentro de qualquer ação, dentes arreganhados, restaria aquela sua profunda incapacidade de lidar com. Um instante antes de bater outra, colocar uma velha Billie Holiday e sentar na máquina para escrever, ainda pensou: gosto tanto de você, baby. Só que os escritores são seres muito cruéis, estão sempre matando a vida à procura de histórias. Você me ama pelo que me mata. E se apunhalo é porque é para você, para você que escrevo — e não entende nada."
- CAIO FERNANDO ABREU, Crónica "Anotações Insensatas" , in O Estado de S. Paulo, 22/4/1987
A liberdade existe no isolamento
Nascer liberto é a maior grandeza do homem, o que faz o hermitão humilde superior aos reis, e aos deuses mesmo, que se bastam pela força, mas não pelo desprezo dela.
A morte é uma libertação porque morrer é não precisar de outrem. O pobre escravo vê-se livre à força dos seus prazeres, das suas mágoas, da sua vida desejada e contínua. Vê-se livre o rei dos seus domínios, que não queria deixar. As que espalharam amor vêem-se livres dos triunfos que adoram. Os que venceram vêem-se livres das vitórias para que a sua vida se fadou.
Por isso a morte enobrece, veste de galas desconhecidas o pobre corpo absurdo. É que ali está um liberto, embora o não quisesse ser. É que ali não está um escravo, embora ele chorando perdesse a servidão. Como um rei cuja maior pompa é o seu nome de rei, e que pode ser risível como homem, mas como rei é superior, assim o morto pode ser disforme, mas é superior porque a morte o libertou.
Fecho, cansado, as portas das minhas janelas, excluo o mundo e num momento tenho a liberdade. Amanhã voltarei a ser escravo; porém agora, só, sem necessidade de ninguém, receoso apenas que alguma voz ou presença venha interromper-me, tenho a minha pequena liberdade, os meus momentos de exelcis.
Na cadeira, aonde me recosto, esqueço a vida que me oprime. Não me dói senão ter-me doído."
- FERNANDO PESSOA
A song for blue days
And some music soft in distant sails
But it don't sound like it did before
Then i know i'm left with nothing more
Than my own soul
When pretty pictues face back
But your coats aren't hanging on the rack
And blue water turns to
A place that i can't get to
A place that i can't
In a room all i feel
Is the cold that you left
Through the air all i see
Is your face full of blame
What's left to see
What's there to see
In the room all i feel
Is the cold that you left
Through the air all i see
Is your face full of blame
What's left to see
What's there to see
What's left to see
Songs For A Blue Guitar,
Woods
Freddie - What?
Effy - Just... Just once. I want to feel something. HIT ME!
(quotes from "Skins")
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
From where she's standing
From where i'm standing
you're the quiet side of the road
you're looking so lonely
and i can't stop looking at you
your head is hanging
trying to beat those goodbye blues
i bet you'll be fine
i bet you'll be fine
i guess it's not the way
you always planned it
looks like you're heading for a
crash landing
that's just the way it looks
from where i'm standing
from where i'm standing
from where i'm standing
i think i caught your eye
are you looking at me
cause i swear i saw you smile
and i'm coming over
gonna take things off your mind
and i bet you'll be fine
and i bet you'll be fine
i guess it's not the way
you always planned it
looks like you're heading for a
crash landing
that's just the way it looks
from where i'm standing
from where i'm standing
let it fall
let it come down
let it crash around you
around you
i guess it's not the way
you always planned it
looks like you're heading for a
crash landing
that's just the way it looks
from where i'm standing
that's just the way it looks
from where i'm standing
from where i'm standing
i might make you mine
i might make you mine
from where i'm standing
From Where I'm Standing,
SCHUYLER FISK
Antíteses infundadas
É como se devesse algo a alguém
e tudo está sereno.
(...)"
- JORDI VIRALLONGA, "Tudo está sereno" in "Quanto Sei De Mim"
E então lá estava eu, sentada para o regresso. Distraí-me. E momentos depois o raio da ironia do destino atacou-me.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Sabores de uma viagem ao continente africano!
Foi uma viagem magnífica esta que adorava fazer. Quem sabe, um dia? Por enquanto, posso embebedar-me com o modo de pensar das gentes que imaginei. Inspirador, não?