terça-feira, 31 de agosto de 2010

Desabafo

Descobri a verdade perdida em ilusões, coberta por lençóis brancos e gastos. Exactamente como um sótão numa casa que a vizinhança apelida de assombrada. Se não mo tivesses dito, estaria neste momento a viajar sobre devaneios que pensava serem graves erros de interpretação. O óbvio, o óbvio, o óbvio. Para o meu amor era o óbvio, na minha cabeça era mentira.
Precisávamos que um navio de resgate considerasse a nossa ilha como um importante ponto de paragem. Ao que parece, há muito que não nos bastamos. Vamos morrer, isto se não estão estas palavras a ser já escritas no nosso leito de morte.
Se soubesses quantos dias me martirizei por pensar que estava enganada... Não devias tê-lo permitido. E como se isto fosse o contrato de um negócio devias ensinar-me a entender porque se nega o que nos negas.
Porque é que nunca me vieste buscar? Não dormes sob a mesma dor que eu?
Oh! Tu eras um abrigo e agora não és nada. Demitiste-te de nós. E eu queria demitir-me de ti para te fazer feliz.
O melhor seria desenharmos um mapa porque a bússola avariou. Nem que o nosso caminho esteja destinado a ser feito numa estrada sem saída.

É isso que não entendes... Percebes agora?

1 comentário:

Pedro disse...

"Quantos pontos cardeais
ficarão no cais da solidão?
Quantos barcos irão naufragar,
quantos irão encalhar na pequenez
da tripulação?"

Não tinha outro pretexto para dizer que gostei do post.

Se, neste momento, te sentes sozinha na ilha, agarra o barco e encontra o Norte. O teu, pelo menos.

Bem, desculpa por estar aqui a divagar...