segunda-feira, 31 de maio de 2010

Do inconfundível Lobo Antunes!

Perdoem-me os menos admiradores por este excerto. Oh por favor! Não perdoem porque não há nada a perdoar. É assim o inconfundível estilo de António Lobo Antunes, sem tirar nem pôr. E eu admiro!

«Pode apagar a luz: já não preciso dela. Quando penso na Isabel cesso de ter receio do escuro, uma claridade ambarina reveste os objectos da serenidade cúmplice das manhãs de julho, que se me afiguraram sempre disporem diante de mim, com o seu sol infantil, os materiais necessários para construir algo de inefavelmente agradável que eu não lograria jamais elucidar. A Isabel que substituía aos meus sonhos paralisados o seu pragmatismo docemente implacável, consertavas as fissuras da minha existência com o rápido arame de duas ou três decisões de que a simplicidade me assombrava, e depois, de súbito menina, se deitava sobre mim, me segurava a cara com as mãos, e me pedia Deixa-me beijar-te, numa vozinha minúscula cuja súplica me transtornava. Acho que a perdi como perco tudo, que a sacudi de mim com o meu humor variável, as minhas cóleras inesperadas, as minhas exigências absurdas, esta angustiada sede de ternura que repele o afecto, e permanece a latejar, dorida, no mudo apelo cheio de espinhos de uma hostilidade sem razão. E lembro-me, comovido e suspenso, da casa do Algarve rodeada de ralos e figueiras, do céu morno da noite tingido pelo halo longínquo do mar, da cal das paredes quase fosforescente no escuro, e da violenta e informulada paixão das minhas carícias que pareciam deter-se, irresolutas, a centímetros do rosto dela, e se dissolviam por fim num afago indefinido. Penso na Isabel, e uma espécie de maré, tensa de amor, indomada e vigorosa, sobe-me das pernas para o sexo, endurece-me os testículos em crispações de desejo, alarga-se-me no ventre como se abrisse grandes asas calmas nas minhas vísceras em batalha. Percorremos de novo os antiquários poeirentos de Sintra à procura de móveis de talha, entramos no aquário azul da boîte onde pela primeira vez toquei, maravilhado, a sua boca, inventamos um fantástico futuro de filhos morenos numa profusão de berços, e sinto-me feliz, justificado e feliz, ao abraçar o seu corpo na vazante dos lençóis, de que as pregas formam como que ondas a caminho da praia branca da almofada, onde as nossas cabeças, a tua escura, a minha, clara, se juntam numa fusão que contém em si os germens estranhos de um milagre.
Pode apagar a luz: talvez não fique tão sozinho como isso neste quarto enorme, talvez que a Isabel ou você voltem um dia destes a visitar-me, eu ouça a voz ao telefone, a voz miudamente precisa pelos furos de baquelite do telefone, o olá dela e o seu olá a entrarem-me na orelha na oleosidade agradável e morna dos pingos de tirar a cera da minha infância, a vá buscar no emprego, esperando dentro do carro numa impaciência de cigarros, a corrigir o nó da gravata, em bicos de nádegas, no espelho, ela ou você se instale no meu lado no automóvel às escuras, me sorria, se debruce para colocar o cassete da Maria Bethânia no gravador, e me passe ao redor da nuca os firmes cotovelos da ternura. Deixa-me beijar-te. Deixe-me beijá-la enquanto se veste, enquanto aperta o soutien nas costas em gestos cegos e canhotos que lhe tornam as omoplatas salientes como as asas de um frango, enquanto procura os anéis de prata na mesinha de cabeceira com uma ruga de atenção infantil, vertical, na testa, enquanto luta com a escova contra a resistência ondulada do cabelo, o cabelo excessivo que a minha calvície inveja, num ciúme feroz a que não consigo fugir. Todas as manhãs penso quando começarei a fazer a risca na orelha, puxando trabalhosamente uma madeixa esfiada pelo cocuruto nu, e principio a ler sem ironia os anúncios de postiços do jornal, acompanhados pelas fotografias de hirsutos carecas satisfeitos, sorrindo risos peludos de gorilas. Afasto-me dos retratos do ano passado como um barco do cais, e parece-me às vezes assemelhar-me a uma esquisita caricatura de mim próprio, que as rugas deformam de um arremedo de trejeitos. Deixa-me beijar-te: que criatura vai querer beijar a paródia triste do que fui, o estômago que cresce, as pernas que se afilam, o saco vazio dos testículos cobertos de longas crinas cor de couro? Reflectindo melhor, não apague a luz: quem sabe se esta manhã oculta dentro de si uma noite mais opaca do que todas as noites que até agora atravessei, a que vive no fundo das garrafas de uísque, das camas desfeitas e dos objectos de ausência, uma noite com um cubo de gelo à superfície, três dedos de líquido amarelo por baixo, e um silêncio insuportável no interior vazio, uma noite em que me perco, a tropeçar de parede a parede, tonto de álcool, falando comigo o discurso da solidão grandiosa dos bêbados, para quem o mundo é um reflexo de gigantes contra os quais, inutilmente, se encrespam.
Não apague a luz: quando você sair a casa aumentará inevitavelmente de tamanho, transformando-se numa espécie de piscina sem água em que os sons se ampliam e ecoam, agressivos, retesos, enormes, batendo-me violentamente contra o corpo como se as marés do equinócio na muralha da praia, rolando sobre mim espumas foscas de sílabas. De novo escutarei a fermentação da geladeira, a ronronar o seu sono de mamute, os pingos que se escapam do rebordo das torneiras como as lágrimas dos velhos, pesadas de conjuntivite ferrugenta. Hesitarei na camisa, na gravata, no terno, e acabarei por bater a porta da rua como se abandonasse atrás de mim um jazigo intacto onde a morte floresce nas jarras de vidro facetado e nos caules podres dos crisântemos. Bater a porta da rua, percebe, como bati a porta de África de regresso a Lisboa, a porta repugnante da guerra, as putas de Luanda e os fazendeiros do café em torno dos baldes de champanhe, reluzentes como as caixas forradas de lantejoulas dos ilusionistas, fumando cigarros americanos de contrabando na penumbra de um tango. A porta de África, Isabel: um médico homossexual, cujas pestanas se enrolam em nós como os tentáculos de um polvo, acolitado por um cabo trocista, de patilhas, ao qual se deve unir de pensão em pensão num suspirozinho exausto de ventosa, examina-nos o mijo, a merda, o sangue, para que não infectemos o País do nosso pânico da morte, da lembrança do rapaz louro coberto por um pano no meu quarto, dos eucaliptos de Ninda e do enfermeiro sentado na picada de intestinos nas mãos, a olhar para nós num espanto triste de bicho. Trazemos o sangue limpo, Isabel: as análises não acusam os negros a abrirem a cova para o tiro da PIDE, nem o homem enforcado pelo inspector na Chiquita, nem a perna do Ferreira no balde dos pensos, nem os ossos do tipo de Mangando no telhado de zinco. Trazemos o sangue tão limpo como o dos generais nos gabinetes com ar condicionado de Luanda, deslocando pontos coloridos no mapa de Angola, tão limpo como o dos cavalheiros que enriqueciam traficando helicópteros e armas em Lisboa, a guerra é nos cus de Judas, entende, e não nesta cidade colonial que desesperadamente odeio, a guerra são pontos coloridos no mapa de Angola e as populações humilhadas, transidas de fome no arame, os cubos de gelo pelo rabo acima, a inaudita profundidade dos calendários imóveis.
Às vezes, sabe como é, acordo a meio da noite, sentado nos lençóis, inteiramente desperto, e parece-me ouvir, vindo do banheiro, ou do corredor, ou da sala, ou do beliche das miúdas, o apelo pálido dos defuntos nos caixões de chumbo, como a medalha identificativa que trazemos ao pescoço pousada na língua à maneira de uma hóstia de metal. Parece-me ouvir o rumor das folhas das mangueiras de Marimba e o seu imenso perfil contra o céu enevoado do cacimbo, parece-me ouvir o riso súbito e orgulhosamente livre dos Luchazes, que estala junto de mim como o trompete de Dizzie Gillespie, esguichando do silêncio num ímpeto de artéria que se rasga. Acordo no meio da noite, e saber que tenho o mijo, a merda e o sangue limpos, não me tranquiliza nem me alegra: estou sentado com o tenente na missão abandonada, o tempo parou em todos os relógios, no do seu pulso, no despertador, na telefonia, no que a Isabel deve usar agora e não conheço, no que existe, desconexo e palpitante, na cabeça dos mortos, o pólen das acácias envolve-nos de leve de um ouro sem peso e sem ruído, a tarde arrasta-se no capim numa moleza animal, levanto-me para urinar contra o que resta de um muro e tenho o mijo limpo, percebe, o mijo irrepreensivelmente limpo, posso regressar a Lisboa sem alarmar ninguém, sem pegar os meus mortos a ninguém, a lembrança dos meus camaradas mortos a ninguém, voltar para Lisboa, entrar nos restaurantes, nos bares, nos cinemas, nos hotéis, nos supermercados, nos hospitais, e toda a gente verificar que trago a merda limpa no cu limpo, porque se não podem abrir os ossos do crânio e ver o furriel a raspar as botas com um pedaço de pau e a repetir Caralho caralho caralho caralho caralho, acocorado nos degraus da administração.»

ANTÓNIO LOBO ANTUNES, in "Os Cus de Judas"

domingo, 30 de maio de 2010

3x5 desta inspiração aqui de cima

«O meu pai nunca me deixou entrar aqui. Devia sentar-se na cadeira de baloiço e olhar do postigo o jardim lá em baixo, o portão, a rua, eu pequena a brincar às fadas com a minha irmã no rebordo do lago. Aos domingos abria a gaveta da cómoda, remexia papéis até escutarmos o tilintar da argola, subia as escadas do sótão a procurar a chave no meio das outras chaves

(tal como hoje, agora que ninguém me proíbe, abri a gaveta, remexi papéis até escutar o tilintar da argola e subi as escadas a procurar a chave no meio das outras chaves)»

ANTÓNIO LOBO ANTUNES, in "Não Entres tão Depressa Nessa Noite Escura"


(e foram estas curtas linhas acima que me levaram a desbravar estas aqui de baixo)

Mergulhada em saudades, abri a gaveta e remexi tudo quanto uma vez coube lá. Procurei a 3x5 nas cores das linhas, em baixo das folhas amontoadas pelo uso. Estaria no meio dos meus devaneios artísticos, por entre curvas e contracurvas, pinceis airosos que pintam formas e sombras que raramente alguém vê. Ah!, lá estava ela! Escondida, meticulosamente embrenhada em coisas das quais me vou esquecendo. Peguei-lhe e olhei-a. Sim, sorri. Sorri e lembrei-me de como foi tê-la. De como não me coibia de olhá-la nos primeiros dias por me deixar conhecer mais uma pequena faceta, um bocadinho mais de uma coisa que me era muito mais do que muito.
Oh malvadeza das sortes! Larguei-a sobre o vidro da mesa. Segundos depois guardei-a longe dali, perto de coisas nas quais raramente toco. Clarifico: guardei-a e a tudo o que trazia atrás. Ajeitei ideias que quase se entrelaçavam em brechas abertas, dobrei melhor algumas estruturas a que aprendi a chamar de cognitivas, soprei o pó de ideais antigos e... E nada. Nada se moveu! Nem uma oscilação microscópica foi capaz de se apoderar de limites que já adquiriram um certo grau de transparência. Estou capaz de acreditar no que nunca tem fim.
Ai de mim!

Love Letters II

My dearest Caroline,

If the tears, which you saw, and I know I am not apt to shed; if the agitation in which I parted from you – agitation which you must have perceived through the whole of this nervous affair, did not commence till the moment of leaving you approached; if all I have said and done, and am still but too ready to say and do, have not sufficiently proved what my feelings are, and must ever be, towards you, my love, I have no other proof to offer.

God knows I never knew till this moment the madness of my dear dearest and most beloved friend. I cannot express myself, this is no time for words – but I shall have a pride, a melancholy pleasure, in suffering what you yourself can scarcely conceive, for you do not know me.

I am about to go out with a heavy heart, for my appearing this evening will stop any absurd story to which the events of the day might give rise. Do you think now I am cold and stern and wilful? Will ever others think so? Will your mother ever? The mother to whom we must indeed sacrifice much more, much more on my part than she shall ever know, or can imagine.

‘Promise not to love you’? Ah, Caroline, it is past promising! But I shall attribute all concessions to the proper motive, and never cease to feel all that you have already witnessed, and more than ever can be known, but to my own heart – perhaps, to yours. May God forgive, protect and bless you ever and ever, more than ever. –Your most attached
Byron

P.S. –These taunts have driven you to this, my dearest Caroline, and were it not for your mother, and the kindness of your connexions, is there anything in heaven or earth that would have made me so happy as to have made you mine long ago? And not less now than then, but more than ever at this time.

God knows I wish you happy, and when I quit you, or rather you, from a sense of duty to your husband and mother, quit me, you shall acknowledge the truth of what I again promise and vow, that no other, in word nor deed, shall ever hold the place in my affections which is and shall be sacred to you till I am nothing. You know I would with pleasure give up all here or beyond the grave for you, and in refraining from this must my motives be misunderstood?

I care not who knows this, what use is made of it – it is to you and to you only, yourself. I was, and am yours, freely and entirely, to obey, to honour, love and fly with you, when, where, and how, yourself might and may determine.


LORD BYRON to Lady Caroline Lamb, in
"Love Letters of Great Men and Women from the 18th Century to the Present Day"

Love Letters I



15 August, 1904

My dear Nora,

It has just struck me. I came in at half past eleven. Since then I have been sitting in an easy chair like a fool. I could do nothing. I hear nothing but your voice. I am like a fool hearing you call me 'Dear.' I offended two men today by leaving them coolly. I wanted to hear your voice, not theirs.
When I am with you I leave aside my contemptuous, suspicious nature. I wish I felt your head on my shoulder. I think I will go to bed.
I have been a half-hour writing this thing. Will you write something to me? I hope you will. How am I to sign myself? I won't sign anything at all, because I don't know what to sign myself.

JAMES JOYCE to Nora Barnacle, in
"Love Letters of Great Men and Women from the 18th Century to the Present Day"

sábado, 29 de maio de 2010

...
I just wish you had a little faith
but I'm learning not to ask



Don't Ask,
GRIZZLY BEAR

quinta-feira, 27 de maio de 2010

...

I'm not scared to jump, I'm not scared to fall
If there was nowhere to land I wouldn't be scared at all

Sometimes I wish for falling, wish for the release
Wish for falling through the air to give me some relief
Because falling's not the problem, when I'm falling I'm at peace
It's only when I hit the ground it causes all the grief



Falling,
FLORENCE AND THE MACHINE

Day 20 - Your favorite song at this time last year

Ultimamente ouço esta. Ouço e volto a ouvir. E repito-a. E volto atrás. E não me cansei ainda.


John Mayer - Split Screen Sadness


And I don't know where you went when you left me but
Says here in the water, you must be gone by now
I can tell somehow
One hand on the trigger of the telephone
Wonderin when the call comes, when you say it's all right
You got your heart right

Maybe I'll sleep inside my coat and
Wait on your
porch ‘til you come back home
Oh, right
I can't find a flight

We share the sadness
Split screen sadness

Two wrongs make it all alright tonight

All you need is love is a lie cause
We had a love but we still said goodbye
Now we're tired, battered fighters

And it stings when it nobody's fault
Cause there's nothing to blame
At the drop of your name
It's only the air you took and the breath you left

Maybe I'll sleep inside my coat and
Wait on the porch 'til you come back home
Oh, right
I can't find the fight
So I'll check the weather wherever you are
Cause I wanna know if you can see the stars tonight
It might be my only right

We share the sadness
Split screen sadness

I called
Because
I just
Need to feel you on the line
Don't hang up this time
And I know well it's me you called it over but
I still wish you fought me ‘til my dying day
Don't let me get away

Cause I can't wait to figure out what's wrong with me
So I can say this is the way that I used to be
There's no substitute for time
Oh for the sadness
Split screen sadness
We share the sadness

«Acho que nos afastámos, o meu coração e eu.»

«Não há duvida que nesta terra abundante
Quase não há lugar para as coisas gastas:
Desdenhamo-las, quebramo-las, deitamo-las fora!
E se antes de os dias se terem tornado difíceis
Outrora fomos amados, usados - está certo,
Acho que nos afastámos, o meu coração e eu.»


ELIZABETH BARRETT BROWNING, "My Heart And I"

Day 19 - A song that makes you laugh

Duas palavras:
(primeira) adorável.
(segunda) amor.

Tenho pena que já não fabriquem estas pérolas. E tenho dito.

Ella Fitzgerald and Louis Armstrong - Let's Call the Whole Thing Off

Things have come to a pretty pass
Our romance is growing flat,
For you like this and the other
While I go for this and that,

Goodness knows what the end will be
Oh I don’t know where I’m at
It looks as if we two will never be one
Something must be done:

You say either and I say either,
You say neither and I say neither
Either, either neither, neither
Let’s call the whole thing off.

You like potato and I like potahto
You like tomato and I like tomahto
Potato, potahto, tomato, tomahto.
Let’s call the whole thing off

But oh, if we call the whole thing off
Then we must part
And oh, if we ever part, then that might break my heart

So if you like pyjamas and I like pyjahmas,
I’ll wear pyjamas and give up pyajahmas
For we know we need each other so we
Better call the whole thing off
Let’s call the whole thing off.

You say laughter and I say larfter
You say after and I say arfter
Laughter, larfter after arfter
Let’s call the whole thing off,

You like vanilla and I like vanella
You saspiralla, and I saspirella
Vanilla vanella chocolate strawberry
Let’s call the whole thing off

But oh if we call the whole thing of then we must part
And oh, if we ever part, then that might break my heart

So if you go for oysters and I go for ersters
I’ll order oysters and cancel the ersters
For we know we need each other so we
Better call the calling off off,
Let’s call the whole thing off.

I say father, and you say pater,
I saw mother and you say mater
Pater, mater uncle, auntie let’s call the whole thing off.

I like bananas and you like banahnahs
I say havana and I get havahnah
Bananas, banahnahs havana, havahnah
Go your way, I’ll go mine

So if I go for scallops and you go for lobsters,
So all right no contest we’ll order lobseter
For we know we need each other so we
Better call the calling off off,
Let’s call the whole thing off.

quarta-feira, 26 de maio de 2010


«I want Nicholas Sparks to create me a boyfriend.»


Day 18 - A song that you want to play at your funeral

Já permiti o desânimo mais vezes do que devia na minha vida. Se a terminasse preferia que fosse assim, porque o futuro será meu, porque vou deixar muitas coisas para trás mas levar comigo o que é intocável.Quando for ter com o avô quero ir feliz. Não quero pensar que fiz tudo o que podia ter feito porque tal ia reduzir-me. Eu quero sempre mais. Quero poder dizer que experimentei milhares de coisas, que fui amada, que sorri, que me perdi e achei, que viagei, que escolhi, que errei e aprendi, que fiz alguém feliz, que fui multipla, que mudei a vida de alguém, que ouvi mais do que pensava poder ouvir, que senti o maior número de coisas que se pode, que sei de cor o cheiro do mar, que conheço a vida, que levo comigo os risos de longas tardes em que se planeia fazer pouco mais do que o nada. Quero acreditar que quando for tudo isto será passado e que o futuro será meu. Que não existe nunca um fim para a matéria que é viva. Que as partículas nunca vão deixar de se atrair e criar algo novo. Quero acreditar que será um grande virar de página, mas não a ultima de um livro.

Shou Out Louds - Go Sadness


I'm in a golden age
A great calendar page
But I spotted the right time
The future is mine
I got the greatest doctor, Mr. ?
I love my brother
He's on my wall

Bye bye car keys
Hello sparkles and flies
I keep them
They're mine

I saw the brightest light
It was the most wonderful sight
And I spotted the right time
The future is mine

Bye bye car keys
Hello sparkles and flies
I keep them
They're mine

Bye bye car keys
Hello sparkles and flies
I keep them
They're mine
The sparkles and flies
I keep them
They're mine

Day 17 - A song that you want to play at your wedding

Ora pois. Lá está. Hm. Sim senhor!

Não faço a mais pequena ideia.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Day 16 - A song that you listen to when you’re sad


Kings Of Convenience - Renegade

I'm letting go
To see if you'll hold on to me
I'm in doubt
Of what is thought and what is real

In our room
Between the shapes I thought I knew
A guillotine
A pillow with feathers like snow

I've come
To a listening post beyond your lines
I'm all ears
To gather clues and look for signs

But I can't hear
The song you sing while you try to soothe
Why are you whispering
While the bombs are falling?

Go easy on me
I can't help what I'm doing
Go easy on me
Oh, I can't help what I'm doing

Hello again
I buried you, where have you been?
My renegade
You came back from the labyrinth

Unlike me
You've looked for things that could be found
And the thread
That guides through black times

Go easy on me
I can't help what I'm doing
Go easy on me
Oh, I can't help what I'm doing

When thoughts
Had outnumbered spoken words
In the early hours
We failed to establish
Who was hurt
Most

segunda-feira, 24 de maio de 2010

I miss writing. Now I can't even pull up words on a line. Passenger seat - that's where words seem to belong.

Day 15 - A song that you listen to when you’re happy

É impossível, estou sempre a cantá-la! A música é melhor ainda na altura em que acelera!
Ray Ray Ray!


Ray Charles- I Got a Woman


Well, I got a woman, way over town
That's good to me, oh, yeah
Said I got a woman, way over town
Good to me, oh, yeah

She gives me money when I'm in need
Yeah, she's a kind of friend indeed
I got a woman, way over town
That's good to me, oh, yeah

She saves her loving, early in the morning
Just for me, oh, yeah
She saves her loving, early in the morning
Just for me, oh, yeah

She saves her loving, just for me
Always loves me, so tenderly
I got a woman, way over town
That's good to me, oh, yeah

She's there to love me
Both day and night
Never grumbles or fusses
Always treats me right

Never running in the streets
Leaving me alone
She knows a woman's place
Is right there, now, in the home

I got a woman, way over town
That's good to me, oh, yeah
Said I got a woman, way over town
That's good to me, oh, yeah

Well, she's my baby, don't you understand
Yeah, I'm her loving man, now
I got a woman, way over town
That's good to me, oh, yeah

Well, don't you know she's all right
Well, don't you know she's all right
She's all right
She's all right

domingo, 23 de maio de 2010

Day 14 - A song that you listen to when you’re angry

Quantos de vocês conhecem? Zero? Um?


Damien Rice - Rootless Tree

What I want from you is empty your head
They say be true, don't stay in your bed
We do what we need to be free
And it leans on me like a rootless tree

What I want from us is empty our minds
We fake the thoughts, and fracture the times
We go blind when we've needed to see
And this leans on me, like a rootless...

Fuck you, fuck you, fuck you
And all we've been through
I said leave it, leave it, leave it
There's nothing in you
And did you hate me, hate me, hate me, hate me so good
That you just let me out, let me out, let me out
Of this hell when you're around
Let me out, let me out, let me out
Hell when you're around
Let me out, let me out, let me out

What I want from this
Is learn to let go
No not of you
Of all that's been told
Killers re-invent and believe
And this leans on me, like a rootless...

Fuck you, fuck you, fuck you
And all we've been through
I said leave it, leave it, leave it
There's nothing in you
And did you hate me, hate me, hate me, hate me so good
That you just let me out, let me out, let me out
Of this hell when you're around
Let me out, let me out, let me out
Of this hell when you're around
Let me out, let me out, let me out
Hell when you're around
Let me out, let me out, let me out
Hell when you're around
Let me out, let me out, let me out, let me out…

Fuck you, fuck you, love you
And all we've been through
I said leave it, leave it, leave it
It's nothing in you
And did you hate me, hate me, hate me, hate me so good
That you just let me out, let me out, let me out, let me out
Let me out, let me out, let me out, let me out…

Let me out, let me out, let me out
Hell when you're around

Let me out, let me out, let me out
Hell when you're around

Let me out, let me out, let me out
Hell when you're around

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Day 13 - A song from your favorite album

Lungs é o mais recente álbum de Florence And The Machine e é actualmente o meu preferido. Esta é uma banda alternativa, um dos meus estilos musicais preferidos, e que comecei a descobrir à bem pouco tempo! O álbum vale muito, muito, muito a pena. E a vocalista, Florence, é daquelas que faz falta no mundo da música. Em comparação e a título de exemplo associo-a a nomes como a Alison, vocalista dos The Kills, à Meg White, que integra os The White Stripes, à Beth Ditto, vocalista dos The Gossip ou até à Laura-Mary Carter, a voz dos Blood Red Shoes, pela energia que transporta para a música.



Florence And The Machine - Rabbit Heart (Raise It Up)


The looking glass so shiny and new
How quickly the glamor fades
I start spinning slipping out of time
Was that the wrong pill to take (Raise it up)
You made a deal and now it seems you have to offer up
But will it ever be enough (Raise it up, raise it up)
It's not enough (Raise it up, raise it up)

Here I am a rabbit hearted girl
Frozen in the headlights
It seems I´ve made the final sacrifice
We raise it up this offering

This is a gift it comes with a price
Who is the lamb and who is the knife
Midas is king and he holds me so tight
And turns me to gold in the sunlight

I look around but I can´t find you (raise it up)
If only I could see your face (raise it up)
Instead of rushing towards the skyline (raise it up)
I wish that I could just be brave

I must become a lion hearted girl
Ready for a fight
Before I make the final sacrifice
We raise it up this offering

This is a gift it comes with a price
Who is the lamb and who is the knife
Midas is king and he holds me so tight
And turns me to gold in the sunlight

Raise it up, raise it up

And in the spring I shed my skin
And it blows away with the changing wind
The waters turn from blue to red
As towards the sky I offer it

This is a gift it comes with a price
Who is the lamb and who is the knife
Midas is king and he holds me so tight
And turns me to gold in the sunlight
(repeat)

This is a gift

Três e a chave atravessada?

Quanto de fechada tem uma porta fechada?
Uma mão bate-a repleta de força, a outra queda-se à altura da cintura, paralisada porque indecisa. Do outro lado um rosto inexpresso e um olhar assumidamente vago pelo sucedido, as pernas dormentes e os braços estendidos ao longo do corpo, esquecendo de como se utiliza a energia.
A porta fecha-se porque encaixa num contorno confortável. Se se abre precisa de bem mais esforço para se manter segura.
Nós somos assim. Podemos deixar que a linha se encerre ou deixá-la suspensa, livre para construir um círculo. Aí ela dobra sobre si mesma, a rigidez deprime e bebe menos da força. Mas a dificuldade aumenta por outras propriedades.
Um círculo é um livro aberto. Pertence a uma geometria agradável que quase ninguém rejeita apreender.
As portas têm fechaduras. A chave está-lhes guardada, perfeita.
Abre, tranca. Uma tranca, duas trancas, três trancas, quatro trancas.
Faz-se o que se quer. O nível de segurança que se dá é mensurável. Para os mais cautelosos costumam ser quatro, o lugar das coisas ficou atrás da porta. Para os expectantes será a chave na porta só para que não se lhes chame estúpidos. Para os indecisos depende: três e a chave atravessada se se quer tanto o quadrado mas ainda se idealiza o círculo, sem porquê; duas trancas para quem realmente não sabe o que quer. Para quem começa a pensar na mudança será apenas uma.
Há tantas formas de se fechar uma porta. E há outras tantas de a abrir.
Conhecem a forma de se abrir a porta? É no sentido oposto ao de fechar. O caminho de regresso pode adjectivar-se de distinto, portanto. Quem quer entrar por onde saiu precisa de se reinventar porque sai de rastos e entra em pontas. Não se descansa: o tempo aproveitou-se em ensaios. Trabalham-se extensões, aperfeiçoa-se a técnica, exige-se a execução melhorada de antigos movimentos e aventuramo-nos noutros novos.
Tudo isto acerca de uma porta? Claro! É que uma porta permite demais. Deixa a desejar demais.

Day 12 - A song that describes you

Neste momento é esta, mas não será para sempre!


John Mayer - In Repair

Too many shadows in my room
too many hours in this midnight
too many corners in my mind
so much to do to set my heart right

Oh its taking too long
I could be wrong
I could be ready
Oh but if I take my heart's advice
I should assume, it's still unsteady
I am in repair
I am in repair
Stood on the corner for awhile
To wait for the wind to blow down on me
Hope that it takes with it my old ways
And brings a brand new life upon me
Oh it's taking to long
I could be wrong
I could be ready
Oh but if I take my heart's advice
I should assume, it's still unsteady

I am in repair
I am in repair

Ohhhh

Now I'm walking in the park
all of the birds they dance below me
maybe when things turn green again
it will be good to say you know me

Oh its taking too long
I could be wrong
I could be ready
Oh but if I take my heart's advice
I should assume, it's still unready
never really ready
I'm never really ready
I'm in repair
Im not together
but I'm getting there

I'm in repair
Im not together
but I'm getting there

Day 11 - A song that no one would expect you to love

Não faz o meu género, de todo. Mas até gosto dela.


Rihanna e Justin Timberlake - Rehab

Day 10 - A song from your favorite band

Faltam 5 dias e estou mais anciosa a cada dia que passa.
Esta é a que ultimamente não paro de ouvir! Está on repeat on repeat on repeat. É velhinha, mas descobri-a à bem pouco tempo, quando andava à procura das músicas dele que nunca me tinham passado pelas mãos.
Adoro-a!


John Mayer - Split Screen Sadness

And I don't know where you went when you left me but
Says here in the water, you must be gone by now
I can tell somehow
One hand on the trigger of the telephone
Wonderin when the call comes, when you say it's all right
You got your heart right

Maybe I'll sleep inside my coat and
Wait on your porch ‘til you come back home
Oh, right
I can't find a flight

We share the sadness
Split screen sadness

Two wrongs make it all alright tonight

All you need is love is a lie cause
We had a love but we still said goodbye
Now we're tired, battered fighters

And it stings when it's nobody's fault
Cause there's nothing to blame
At the drop of your name
It's only the air you took and the breath you left

Maybe I'll sleep inside my coat and
Wait on the porch 'til you come back home
Oh, right
I can't find the fight
So I'll check the weather wherever you are
Cause I wanna know if you can see the stars tonight
It might be my only right

We share the sadness
Split screen sadness

I called
Because
I just
Need to feel you on the line
Don't hang up this time
And I know well it's me you called it over but
I still wish you fought me ‘til my dying day
Don't let me get away

Cause I can't wait to figure out what's wrong with me
So I can say this is the way that I used to be
There's no substitute for time
Oh for the sadness
Split screen sadness
We share the sadness

Day 09 - A song that makes you fall asleep

Não que me faça adormecer, mas adormeci inumeras vezes ao som dela.


Silence 4 - To Give

You're asking again I told you before
The beautiful smile hides the troubled soul
Sad faces influence so easily
I already have enough of that inside of me

So funny you're still around after all these years
Ran away so many times, always ended up here
Could not ask for a thing from you
All you gave me I afforded to loose

You see...

It's all too sad for me...
It's too hard for me... to believe

It's too painful for me
It's so hard for me... to give

Too scared to jump, too dumb to fly
What side is stronger on this double-faced mind?
I make lies all day to keep the pain away
God knows my sins are already too big to pay

Even the tears I forget the taste
Maybe I should try to lick them off your face
And though I do try the best that I can
You had to be me to understand

That

It's all too sad for me...
It's too hard for me... to believe

It's too painful for me
It's so hard for me... to give

Smile On
Hang On

Differences.

I'm no longer that predictable.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Day 08 - A song that you can dance to

Em Portugal muita gente desconhece, muita gente não gosta.
Gosto do aspecto vintage da música. Gosto do som do instrumento principal. Gosto da voz intensa. Gosto do swing do conjunto. Gosto da mistura que resultou optimamente.
É daquelas que eu adoro! Quem me conhece sabe que esta música é precisamente a minha cara!


Gramophonedzie - Why Don't You


You had plenty money, 1922
You let other women make a fool of you
Why don't you do right, like some other men do?
Get out of here, get me some money too

Get-out-get-out-out-out...

Get out of here, get me some money too

Get-out-get-out-out-out...-Money
Get-out-out-get-out-out...

Get out of here, get me some money too.
You're sittin' there and wonderin' what it's all about
You ain't got no money, they will put you out
Why don't you do right, like some other men do?
Get out of here, get me some money too.

Get-out-out-get-out-out...

Get out of here, get me some money too.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um pouco de fé

A religião é um assunto acerca do qual não tenho ainda uma opinião formada. Se acredito, não sei em que é.

Tenho críticas à Igreja que provêm de convicções que não abandono e tenho dúvidas pertinentes quanto à história sob a qual a Igreja cresceu.
Ainda assim, consigo respeitar as escolhas quanto à devoção ou não que cada um tem, embora o meu nível de tolerância para com as Testemunhas de Jeová seja diminuto, devido às polémicas questões da recusa que apresentam ao tratamento com sangue que não o do próprio. Anyway. Não foi esse o motivo da minha escrita.

Apesar das minhas dúvidas legítimas, não me nego à fé. E foi a fé que verdadeiramente me impressionou ontem. Na tarde passada dirigi-me até ao Terreiro do Paço para assistir à missa celebrada pelo Santo Padre. Eu própria tive vontade de assistir, queria muito ir e lá fui. Fiquei literalmente arrepiada com a quantidade de gente que se deslocou ao local por uma questão de devoção. Havia dezenas de milhares de cidadãos das mais diversas partes do mundo ali, acreditem. E tudo por causa da crença numa divindade que nos será supostamente superior e a qual nem sequer se pode provar que existe.
Pergunto-me: o que é que os levou até lá?, a mim até?. Não tenho forma de explicar.

No momento da oração lembrei-me de todos aqueles com quem não consigo evitar deixar de me preocupar e de outros cujos rostos desconheço mas que precisam de alguém que reze por eles. Recordei o meu avô.
Ouviste avô? Tentei acordar-te e dizer que não me esqueci de ti. Tenho tantas saudades. Chorei porque sinto a tua falta. Porque não tive tempo suficiente para te mostrar que gostava muito de ti. Já não posso brincar contigo. É-me impossível sentar na cadeira junto à lareira, na tua frente, e rir-me do que tu dizias e tu das parvoices que eu também conseguia elaborar. Deixaste de ter alguém que estivesse sempre a perguntar-te se o calor das chamas não era demais para ti. Já ninguém te lembra de onde deixaste a bengala. Não podemos dar-te o braço e segurar a porta para ti. Só podemos recordar-te e continuar a falar de quem tu foste.
Pedi que estivesses bem e que não te tivesse doído a partida.
Senti-me mais perto de ti avô, mas estás tão longe. Tudo me soube a perda.
Avô, continuamos todos a gostar muito de ti.
Um beijo enrolado num abraço, como me costumavas dar.

Day 07 - A song that reminds you of a certain event

Eu gosto de uma pluralidade de coisas. De fotografia, de escrever, de ler, de montar cavalos, de línguas, de comunicar,... De teatro. De finjir que sei vestir a pele de outras pessoas para poder viver tudo de todas as maneiras possíveis. A vida é demasiado curta. Representar é quase uma forma de prolongar o que não ia viver, o que não ia ter oportunidade de ser. E é quase um desprendimento de mim durante um tempo em que me vejo por outros olhos e consigo tecer considerações sobre o meu íntimo.
Numa das tardes de ensaio para a minha primeira experiência mais séria nestas lides artísticas, há uns curtos anos, propus-me a escolher uma música para levar na tarde seguinte, porque procurávamos para a peça uma música que nos dissesse algo, que nos representasse a nós e ao nosso espírito.

Eu escolhi esta. Déitámo-nos no chão formando um círculo. No meio do silêncio começou a ouvir-se o instrumental e depois a voz. Todos recordavam esta música, percebeu-se. Fechámos os olhos e aproveitámos os escassos minutos para deixar fluir as nossas memórias com o corpo da acústica. Na minha mente surgiu um crescendo de recordações, momentos chave, passagens da minha vida. Surgiam como se tivessem sido captadas atavés de uma fotografia. Era até capaz de ouvir risos que escapavam daquelas imagens. Pensei em como não queria que aqueles tempos alegres terminassem, que os laços que eu tinha construído não se desvanecessem com o passar do tempo. Porque afinal, era nesta idade mais jovem que eu ia conviver mais com o mundo e aproveitar melhor o tempo com os meus amigos. E no meio de todas as coisas boas tive medo, medo da perda. Tive saudades sem fim de um tempo que ainda nem terminou.

Agora acredito que ser jovem é mais um estado de espírito do que um intervalo cronológico. A aparência muda, mas o espírito pode enganar. Podemos ter mais rugas, perder inevitavelmente centímetros de altura devido ao fatalismo biológico. O corpo vai perder a definição, a amplitude de movimentos vai diminuir gradualmente. O espírito não precisa de morrer. A coragem, a ambição, a rejeição da comodidade nao precisa de mingar. Posso amar com a mesma intensidade, lutar pelo que quero. Posso ouvir a mesma música, continuar a ter sonhos. Posso quase tudo, excepto o que é realmente inevitável.
Quero ser jovem para sempre. Quero ter, ainda mais do que isso, oportunidades de ser feliz para sempre.


Youth Group - Forever Young

Let's dance in style, let's dance for a while
Heaven can wait we're only watching the skies
Hoping for the best but expecting the worst
Are you going to drop the bomb or not?

Let us die young or let us live forever
We don't have the power but we never say never
Sitting in a sandpit, life is a short trip
The music's for the sad men

Can you imagine when this race is won
Turn our golden faces into the sun
Praising our leaders we're getting in tune
The music's played by the mad men

Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever, or never
Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever young

Some are like water, some are like the heat
Some are a melody and some are the beat
Sooner or later they all will be gone
Why don't they stay young

It's so hard to get old without a cause
I don't want to perish like a fading horse
Youth's like diamonds in the sun
And diamonds are forever

So many adventures couldn't happen today
So many songs we forgot to play
So many dreams swinging out of the blue
We let them come true

Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever, or never
Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever, or never

Forever young, I wanna be forever young
Do you really want to live forever?

terça-feira, 11 de maio de 2010

Day 06 - A song that reminds of you of somewhere

Foi a primeira que me lembrou um sítio. É um lugar de onde até sinto falta de estar por tudo o que vivi lá, e porque me obrigou a crescer mesmo muito. Esta é uma memória desse sítio e que evoquei rapidamente, embora não seja das mais felizes. Porquê? Quando esta música começou a tocar o momento não podia ser pior.
Foi incrivel... no momento em que eu tinha acabado de tomar uma decisão alguém a põe. Eu estava a olhá-lo nos olhos e estas não eram as palavras que eu lhe queria dirigir. Fiquei a pensar em como eram inoportunas ali. Estavam desenquadradas, a servirem de fundo a duas pessoas erradas, quando faziam falta ao som de outra conversa.
Never mind. Eu já estava decidida, por aquela altura nem uma música era capaz de me confundir. O meu medo, só esse, é que era, e foi, capaz de me atrasar.


Oasis - Wonderwall

Today is gonna be the day
That they're gonna throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you gotta do
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

Backbeat, the word was on the street
That the fire in your heart is out
I'm sure you've heard it all before
But you never really had a doubt
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how

Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

Today was gonna be the day
But they'll never throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you're not to do
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

And all the roads that lead you there were winding
And all the lights that light the way are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how

I said maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

I said maybe
You're gonna be the one that saves me

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sonhei. Acordei. Adormeci. Esqueci.

Era tudo igual. O toque e o jeito pareciam ter sido criados por um comando com a mesma filogenia do cortar/colar. A cumplicidade existia em tons próprios. Pior, genuínos. Havia um abraço. As mãos não estavam abandonadas, tinham pares.
Acordei inquieta ao início do amanhecer.
Não sei de onde arranquei este sonho. Mas será que não há formas de matar as raízes? Não gosto de réstias. Destas não.
Estava irritada porque apareceram nele protagonistas que eu quase não desespero por encontrar.
Os meus olhos fecharam-se, mas a cabeça não era capaz de deixar de projectar as imagens. Era como se essas imagens de há poucos segundos se tivessem materializado num filme que era continuamente exibido no interior das minhas pálpebras. E por mais força que eu fizesse ao fechar os olhos, nada se desvanecia.
Concentrei-me. As coisas são como têm de ser. Se forem parecidas perdem importância, mas de alguma forma já a perderam. Por isso, que se danem essas imagens que não me fazem falta. Que se percam nas ruas em que devem, longe da minha cabeça.
Adiante. O filme acabou, aliás como todos. Este não fazia parte de uma sequela, era um início. E eu estava à margem.
Resisti. Adormeci. Esqueci.

Day 05 - A song that reminds you of someone

Olá 80's!
Não estava planeado ser esta. Vão-se rir. Vão achar... tribal, como lhe chamei! Perguntam-se vocês porquê esta escolha! A música tem uma história e contei-a ontem; já não a contava há muito tempo. Agora não importa. Só vos digo que é uma história que nos fez rir e é... gosto dela. É diferente e tem contida os meus ultimos grandes tempos.
Não estava realmente planeado ser esta mas depois da palhaçada de ontem não resisti.


Cyndi Lauper - Iko Iko

domingo, 9 de maio de 2010

P.S. - Gosto disto!

Quando imagino é em grande. E naquela hora em que a penumbra se confunde com a luminosidade consigo criar vidas paralelas. Desta vez criei-as quando me encontrei a procurar por ti, desperta por simples coisas como estas.

Fazemos sempre uma festa. Desde há pouco tempo agarras-me literalmente em quase todas as alturas em que me vês, umas várias por semana. Depois, ou enquanto, dás-me um beijinho demorado na cara. Eu dou-te outro. E é como se fossemos grandes amigos sem sequer o sermos. E eu rio-me para ti com um grande sorriso e tu fazes o mesmo.
Ultimamente não me lembro de alguém que me faça sorrir tanto e sempre em tão pouco tempo. E depois esses olhos vivos agem como se nunca me tivesses visto (ias fartar-te de rir com o exagero que acabei de cometer - até te consigo imaginar a contar imediatamente isso aos poucos que nos rodeassem para provares ter a certeza que eu estava errada. Aliás, como daquela ultima vez em que era eu a rir-me de ti e me puseste a falar com uma pessoa que ainda hoje desconheço, só para reclamares razão. Pois, não tinhas, e ri-me mais ainda.)
Acho tanta graça! Isto às palavras que se pronunciam rápidas, dando quase a vontade de crer que não há intervenção de áreas corticais quando as soltamos. Se assim fosse, seria caso para acreditar que as diziamos porque era o que mais queriamos dizer e não precisávamos de tempo para processar em andares superiores o que estariamos prestes a proferir. Só que as nossas palavras não fazem sentido nenhum, pelo menos num contexto igual ao nosso. Brincamos com algo que ambos precisamos - a solução perfeita para pessoas como nós - mas sobre a qual nunca nos pronunciámos porque há antecedentes de que é escusado lembrarmo-nos. Nunca levámos a sério os breves minutos em que nos inventamos mais um que nunca pusemos a hipótese de ser.
Inexplicavelmente, não temos razão para ser assim, mas desde o início que não nos encontramos sem a piada que instantaneamente compomos entre nós.
Nunca te levei a sério porque nunca existiu razão para tal. E acontece o mesmo da tua parte. E no entanto estou a imaginar como seria se existisse um trago de realidade nas coisas com as quais brincamos.
Também nunca estivemos muito perto disso, mas também nunca houve uma altura tão propícia como a que curiosamente alcançámos agora.
Outra coisa, a mais divertida de todas: não consigo inventar-te ao encontrares-te nestas linhas. Por mais olhares que lhes desses, não acredito que conseguisses. Eu sei sempre mais do que tu e precisas que seja eu a apresentar-te os espaços que só conheces em branco. Desta forma, é óbvio que não consegues começar a cruzar duas histórias tão bem como eu! Oh preferia que fosse ao contrário porque não me lembro de já ter estado neste papel.
Será que? Agora? Sim, talvez tenha chegado a altura de ser eu a tentar o papel!


P.S. – Já te disse que gosto disto?

Day 04 - A song that makes you sad

Apesar de (agora) serem raras as vezes em que a ouço, houve alturas - diversas - em que era uma das músicas que mais ouvia. Sim, fazia-me entrar num estado em que era maior a tristeza do que o resto. Se agora a ouvir, flutuo apenas pelas superfícies onde a alegria não reina, mas resisto à imersão.
É bom quando nos apercebemos que a mesma página da história se torna mais leve de cada vez que a ela regressamos!


Ben Harper - Walk Away

Oooo no
Here comes that sun again
That means another day without you my friend
And it hurts me to look into the mirror at myself
And it hurts even more to have to be with somebody else
And it's so hard to do
And so easy to say
But sometimes
Sometimes
You just have to walk away
Walk away

So many people to love in my life
Why do i worry about one
But you put the happy in my ness
You put the good times into my fun

And it's so hard to do
And so easy to say
Sometimes
Sometimes
You just have to walk away
Walk away
And head for the door

We've tried the goodbyes
So many days
We walk in the same direction
So that we could never stray
They say if you love somebody
Then you have got to set them free
But i would rather be locked to you than live in this pain and misery
They say that time, will make all this go away
But it's time that has taken my tomorrows and turned them into yesterday
And once again that rising sun is a droppin' on down
And once again you my friend are no where to be found

And its so hard to do, and so easy to say
But sometimes
Sometimes
You just have to walk away
Walk away
And head for the door
You just walk away
Walk away
Walk away.....
Just walk on
Walk on
Turn and head for the door....
Walk away

sábado, 8 de maio de 2010

Day 03 - A song that makes you happy

O mood altera-se com a voz quente. Vem o ritmo e com ele o meu bater de pés. Os dedos a estalar, a cabeça a deambular no mesmo compasso entendido pelo resto do corpo. Os diferentes segmentos criam curvas num movimento que denota o swing inegável da melodia.
A história da música é uma das histórias de que este senhor - que eu verdadeiramente admiro - se conhece como protagonista. Apesar da traição de que a letra é testemunha, não se diminui com isso a grandiosidade que adquiriu, sendo uma das mais conhecidas do mestre.
A que aqui coloco é uma versão extensa, a que mais gosto, mas não a editada.


Ray Charles - Hit The Road Jack

(Hit the road Jack and don't you come back no more, no more, no more, no more.)
(Hit the road Jack and don't you come back no more.)
What you say?
(Hit the road Jack and don't you come back no more, no more, no more, no more.)
(Hit the road Jack and don't you come back no more.)

Woah Woman, oh woman, don't treat me so mean,
You're the meanest old woman that I've ever seen.
I guess if you said so
I'd have to pack my things and go. (That's right)

(Hit the road Jack and don't you come back no more, no more, no more, no more.)
(Hit the road Jack and don't you come back no more.)
What you say?
(Hit the road Jack and don't you come back no more, no more, no more, no more.)
(Hit the road Jack and don't you come back no more.)

Now baby, listen baby, don't ya treat me this-a way
Cause I'll be back on my feet some day.
(Don't care if you do 'cause it's understood)
(you ain't got no money you just ain't no good.)
Well, I guess if you say so
I'd have to pack my things and go. (That's right)

(Hit the road Jack and don't you come back no more, no more, no more, no more.)
(Hit the road Jack and don't you come back no more.)
What you say?
(Hit the road Jack and don't you come back no more, no more, no more, no more.)
(Hit the road Jack and don't you come back no more.)

Well
(don't you come back no more.)
Uh, what you say?
(don't you come back no more.)
I didn't understand you
(don't you come back no more.)
You can't mean that
(don't you come back no more.)
Oh, now baby, please
(don't you come back no more.)
What you tryin' to do to me?
(don't you come back no more.)
Oh, don't treat me like that
(don't you come back no more.)
Não é que me doa a alma. Dói-me a lentidão com que esperamos que as coisas aconteçam.

Ao escrever isto, dei-me conta que minimizamos a importância das pequenas coisas que entretanto acontecem sem que lhes descubramos a sombra. Somos estupidamente descrentes nos processos. Anciamos pelo desenrolar porque depois do início a concretização é tudo o que queremos.
Encaro esta como uma das variáveis da complexa equação que constrói problema. Vou-lhe chamar "descura" que é uma vizinha da indiferença. Vizinha não é familiar; atenção porque a raiz não é a mesma.
Se fôssemos mais atentos, estariamos mais cientes das coisas. Para quê a pressa?

"A História de Edgar Sawtelle", um excerto

"Queriam um bebé. Era o Outono de 1954 e estavam casados havia três anos. Converteram um dos quartos do piso superior num quarto de criança e compraram uma cadeira de balouço e um berço com um mobile e uma cómoda, tudo pintado de branco, e passaram a dormir no piso de cima, no quarto em frente. Na Primavera, Trudy ficou grávida. Passados três meses abortou. Quando chegou o Inverno, estava novamente grávida, e voltou a abortar aos três meses. [...]
Em finais de 1957, a mãe de Edgar voltou a engravidar. Esperou até ter a certeza, e depois um pouco mais, para dar a notícia no Dia de Natal. O bebé deveria nascer em Julho. [...]
À noite tratavam da louça. Ela lavava, ele secava. De vez em quando, Gar pousava o pano sobre o ombro e rodeava-a com os braços, pousando-lhe as mãos no ventre para tentar sentir o bebé.
- Toma - dizia Trudy, estendendo-lhe um prato fumegante. - Chega de ronha. - Mas ele via-lhe o sorriso reflectido na janela, sobre o lava-louça, por entre a geada. Numa noite de Fevereiro, Gar sentiu a barriga contorcer-se sob a palma da sua mão. Uma saudação de outro mundo. Nessa noite, escolheram um nome de rapaz e um nome de rapariga, fazendo ambos contas ao tempo e pensando que tinham passado a barreira dos três meses, mas sem se atreverem a mencionar o assunto.
Em Abril, cortinas cinzentas de chuva varreram o campo. A neve misturou-se com a lama e dissolveu-se num só dia, e um vapor de odores vegetais encheu o ar. Ouvia-se de todos os lados a água a cair das goteiras. Depois veio uma noite em que o pai de Edgar acordou com os cobertores puxados para trás e a cama encharcada no lugar onde Trudy dormia. Sob a luz do candeeiro, distinguiu uma mancha vermelha nos lençóis.
Encontra-a na casa de banho, aconchegada na banheira de pés. Tinha nos braços um bebé perfeitamente formado, um rapaz, a sua pele como cera azul. O que quer que tivesse acontecido, acontecera depressa, com pouca dor, e embora ela tremesse como se chorasse, não fazia qualquer som. Tudo o que se ouvia era o friccionar da sua pele contra a porcelana branca. O pai de Edgar ajoelhou-se ao lado da banheira e tentou abraçá-la, mas ela estremeceu e sacudiu-o, então ele sentou-se à distância de um braço e esperou que o choro se interrompesse ou começasse de verdade. Em vez disso, ela debruçou-se para a frente, abriu a torneira e mergulhou os dedos na água até lhe parecer quente o bastante. Lavou o bebé, sentada na banheira. A mancha vermelha da sua camisa de dormir começou a dar cor à água. Pediu a Gar que fosse buscar uma manta ao quarto do bebé, embrulhou a forma imóvel e colocou-a nos braços dele. Quando Gar se preparava para sair, ela pousou-lhe a mão sobre o ombro, e então ele esperou, olhando-a quando achava que devia e desviando o olhar noutras vezes, e o que viu foi Trudy a recompor-se, partícula a partícula, até que por fim se voltou para ele, olhando-o como se dissesse que sobrevivera."

DAVID WROBLEWSKI, in "A História de Edgar Sawtelle"


A minha pele arrepiou-se um tanto. Voltou a arrepiar-se agora. A continuação deste momento mói-me também, pelo que vou deixá-lo por aqui. Este livro está a ser magnífico.

Day 02 - Your least favorite song

Não gosto da música dela! Posso?


Lady Gaga - Bad Romance

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Por Münster



(Uma das fotografias que tirei a uma das principais ruas da cidade de Münster)
(Uma das fotografias que tirei do magnífico sítio a que me refiro: rio Aasae, em Münster)

Parecia passear pela tela de um quadro. No caminho admirava as margens recortadas, as linhas que se arrumavam na paisagem sempre pautada de verde aqui, verde acolá.
O panorama dava ares de ter sido acariciado com um pincel, com cores criteriosamente escolhidas, todas elas a descender do mesmo tom campestre e acolhedor.
Vêm-me à memória os sons e o movimento. Das ruas captava-se a música constante das conversas e campainhas de quem andava lado a lado sobre bicicletas que, quase ressabiadas, reclamavam prioridade aos forasteiros que se apoderavam da calçada, pedalando em olhares dirigidos a detalhes belissimamente desenhados, encantados com a simplicidade natural da cidade.
Alonguei-me no tempo sozinha junto ao rio. Parece quase obrigatória a minha paragem por sítios parecidos àquele. Tranquiliza-me, sempre. Sentar-me comigo ali no chão, sobre a relva... Cruzar as pernas e não fazer mais do que olhar. Até me rio para o nada, lembrando o que vagueia em mim. Não sei elaborar uma justificação com um valor aceitável de causa. Não sei.
É daquelas coisas que adoro. Ponto.
Guardei essa tarde comigo. E a vontade de lá voltar também.

Day 01 - Your favorite song

Esta é das mais difíceis de escolher, é uma pergunta ingrata. Há musicas que me acompanham há anos a fio e às quais retorno ocasionalmente para lhes tomar o gosto. Esta é uma delas! Gosto do som, da simplicidade, da voz, da letra... É das que gosto de ouvir em qualquer altura, soa-me sempre bem.



Tracy Chapman - Fast Car

You got a fast car
I want a ticket to anywhere
Maybe we make a deal
Maybe together we can get somewhere

Anyplace is better
Starting from zero got nothing to lose
Maybe we'll make something
But me myself I got nothing to prove

You got a fast car
And I got a plan to get us out of here
I been working at the convenience store
Managed to save just a little bit of money
We won't have to drive too far
Just 'cross the border and into the city
You and I can both get jobs
And finally see what it means to be living

You see my old man's got a problem
He live with the bottle that's the way it is
He says his body's too old for working
I say his body's too young to look like his
My mama went off and left him
She wanted more from life than he could give
I said somebody's got to take care of him
So I quit school and that's what I did

You got a fast car
But is it fast enough so we can fly away
We gotta make a decision
We leave tonight or live and die this way

I remember we were driving driving in your car
The speed so fast I felt like I was drunk
City lights lay out before us
And your arm felt nice wrapped 'round my shoulder
And I had a feeling that I belonged
And I had a feeling I could be someone, be someone, be someone

You got a fast car
And we go cruising to entertain ourselves
You still ain't got a job
And I work in a market as a checkout girl
I know things will get better
You'll find work and I'll get promoted
We'll move out of the shelter
Buy a big house and live in the suburbs

So remember we were driving driving in your car
The speed so fast I felt like I was drunk
City lights lay out before us
And your arm felt nice wrapped 'round my shoulder
And I had a feeling that I belonged
And I had a feeling I could be someone, be someone, be someone

You got a fast car
And I got a job that pays all our bills
You stay out drinking late at the bar
See more of your friends than you do of your kids
I'd always hoped for better
Thought maybe together you and me would find it
I got no plans I ain't going nowhere
So take your fast car and keep on driving

You got a fast car
But is it fast enough so you can fly away
You gotta make a decision
You leave tonight or live and die this way

Desafio (desta vez é a música!)

Este é um dos desafios que andam por aí a circular. Como passo os dias acompanhada pela minha música decidi faze-lo, apesar de não ser tão facil como parece.

REGRAS:

Day 01 - Your favorite song
Day 02 - Your least favorite song
Day 03 - A song that makes you happy
Day 04 - A song that makes you sad
Day 05 - A song that reminds you of someone
Day 06 - A song that reminds of you of somewhere
Day 07 - A song that reminds you of a certain event
Day 08 - A song that you can dance to
Day 09 - A song that makes you fall asleep
Day 10 - A song from your favorite band
Day 11 - A song that no one would expect you to love
Day 12 - A song that describes you
Day 13 - A song from your favorite album
Day 14 - A song that you listen to when you’re angry
Day 15 - A song that you listen to when you’re happy
Day 16 - A song that you listen to when you’re sad
Day 17 - A song that you want to play at your wedding
Day 18 - A song that you want to play at your funeral
Day 19 - A song that makes you laugh
Day 20 - Your favorite song at this time last year

Desafio os seguintes blogs:
Todos os que quiserem!