Abrir-te-ia a porta se fosse caso disso. Dou conta de mim sentada sobre as escadas, olhando de soslaio a ombreira da porta. Precisamente, de soslaio que se assim não fosse não estaria de braço dado com a descrição. Ou com a ânsia. De te não esperar.
Não se brinca com o amor, já o dizia Musset num outro idioma mais dado a clichés. Adiante.
De pernas coladas, ao chão e ao desamor, adivinhei o mais fácil. Que de previsibilidades antecipadamente antecipadas já se foi o mundo habituando. Contrariado, por certo, fechando um olho e abrindo o outro numa tentativa de evitar o já mais visto cruzar de braços. Porque se o corpo nos denuncia, a traição foi encomendada pelo próprio.
O volume de escadas adensa-se com o tempo. Estou certa que será uma mera ilusão, mas o tempo não pára e a porta não se abre e o tempo passa. A porta não se abriu ainda. E eu não me levantei, por céus!
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