segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cinzento mortiço

O sono tarda.

Digamos que o corpo se resente do desassossego que está entranhado na pele. O esqueleto dá voltas, encolhe-se miudinho e queda-se como pode, isso quase impossível pela medida da velocidade a que correm os pensamentos. Palavras ecoam, olhares afastam-se numa imagem que já não cabe dentro de quatro paredes. Ou em lado algum.

Quem imaginaria que a imprecisão do preto e branco, se tornasse tão depressa nesse cinzento mortiço? Quanto de nós fica preso nessa transformação? A totalidade?

Isso não me deixa dormir. Nada me deixa dormir.

A chuva cai, a música toca, o vento sopra. A mente chia.


Os passos lá em cima aquecem o chão, mas quem me aquece a mim?

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