Uma espiral de rectas incertas continua ali.
Em momentos, a sua presença torna-se inegável.
Parece que faz de propósito, passeia-se lenta e vagarosamente à minha frente e não abandona o meu olhar.
Já era tempo!
Quando à pouco lhe tentei fugir, reparei que continuava assim: com uma força incómoda que prende, que não deixa fugir.
Se o indefinido não encontrar a saída do labirinto que o envolve, talvez tudo seja posto em questão. Porque não há certezas, nem qualquer luz que se possa perseguir.
Os lados errados curvam-se, acentuando o que lhes pertence.
A espiral inventa uma dança, cria uma vida a que chama própria e que todos temem reconhecer. Vai escorrendo no ar, cada vez mais sinuosa e segura.
A página fez-se pesada, agravando a guerra que interiormente se trava.
Alguém a perdeu!
Mais uma vez, era uma derrota que já se sabia de cor. E deixou os restos do alguém no chão, numa tentativa injusta de se afirmar.
Até que o amanhã não chegue, estou certa que vai persistir ali, no mesmo sítio, sem medo de continuar.
Michael Bublé- Home
1 comentário:
Quantas vezes já quis que o amanhã não chegasse...
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